Irmão do piloto morto com Boechat também morreu em acidente de helicóptero em 1998

O irmão de Ronaldo Quatrucci, piloto que morreu nesta segunda-feira (11/2) ao lado do jornalista Ricardo Boechat, também sofreu um acidente fatal enquanto pilotava um helicóptero, em 1998.

Rogério Quatrucci guiava uma aeronave no município de Santana do Parnaíba, na grande São Paulo, próximo às 22h, quando o helicóptero caiu. Na ocasião, outros dois passageiros advogados e irmãos, Leonardo e Ricardo Marques, também estavam a bordo e perderam a vida.

Tanto Ronaldo, quanto Rogério eram considerados pilotos experientes. Em determinada fase profissional, chegaram a fazer rotas para lugares inóspitos, de difícil acesso, como garimpos, onde entregavam suprimentos aos trabalhadores.

O piloto Ronaldo Quatrucci, de 56 anos, deixa dois filhos. Ele era dono da empresa “RQ Serviços Aéreos Especializados Ltda” e prestava serviços com o helicóptero que caiu nesta segunda-feira, em São Paulo. Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) declarou que tanto as autorizações da aeronave quanto as licenças do piloto estavam regulares.

Amigo de longa data, o piloto Gideão Matias, de 44 anos, cursou com Quattrucci as aulas de aviação no Aeroclube de São Paulo em 1998. Matias contou que o colega costumava dar conselhos e se preocupar com os amigos.

– Eu estou arrasado. Ronaldo era uma pessoa excepcional, não tem como falar nada de ruim dele. Um cara de bom caráter, do bem, que ajudou muita gente. Gostávamos demais dele, que, além de amigo, era um conselheiro. Infelizmente, aconteceu o que aconteceu – lamentou.

Matias também descreveu Quattrucci como um profissional extremamente cuidadoso.

– Ele mantinha a manutenção em dia, sempre prezava pela qualidade da aeronave. Desde sempre, tinha muita preocupação com isso e, quando começamos, ele sempre aconselhava a gente a cuidar de tudo. Ele tinha uma sala num hangar que sempre usávamos para estudar juntos.

Mesmo após sair de São Paulo e se mudar para Salvador, Gideão manteve contato com o amigo. E ficou preocupado quando soube que o telhado do hangar de Campo de Marte, onde Ronaldo mantinha as aeronaves, desabou no último dia 30, após um forte temporal atingir a capital paulista.

– Falei com ele na semana passada mesmo, quando teve aquele problema lá no hangar. Ele disse que estava tudo bem e falou “pô, quando vier em São Paulo, vamos jantar, vamos tomar um café” – lembrou.

Nas redes sociais, ele colocou como foto de perfil uma imagem em que manifestava o luto e homenageava Quattrucci: “Voe em paz, comandante”.

*Metrópoles / Extra

 



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