Homem denunciado pela enteada por estupro e tortura em Camaçari é condenado a 35 anos de prisão

O homem acusado de estupro e tortura pela enteada Eva Luana da Silva, no município de Camaçari, região metropolitana de Salvador, foi condenado pela Justiça a 35 anos e 21 dias de reclusão em regime fechado e a um ano e três meses de detenção em regime aberto. As informações são do Ministério Público do Estado (MP-BA).

O órgão estadual detalhou que Thiago Oliveira Alves foi condenado pelos crimes de lesão corporal no âmbito da violência doméstica, tortura e estupro de vulnerável. A decisão foi publicada na quarta-feira (14), pelo juiz Ricardo José Vieira de Santana. O processo continua em segredo de Justiça.

Em fevereiro deste ano, Eva Luana usou as redes sociais para relatar os casos de estupro, violência e tortura que sofreu do padrasto. Nas postagens, ela contou que, por conta dos estupros que sofreu, teve que abortar várias vezes.

A jovem relatou em cinco posts no Instagram que o “caos” teve início quando ela estava com 12 anos. Ela contou ainda que, primeiramente, a mãe era constantemente vítima do companheiro e que, depois, ela passou a ser alvo dele também. A mãe de Eva prestou depoimento e confirmou relato da filha.

Thiago Oliveira Alves foi denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia à Justiça e teve a prisão preventiva decretada em fevereiro deste ano.

Caso

Eva Luana da Silva, denunciou o padrasto por abusos e torturas na Bahia — Foto: Juliana Cavalcante/TV Bahia

Eva Luana da Silva, denunciou o padrasto por abusos e torturas na Bahia — Foto: Juliana Cavalcante/TV Bahia

No dia 19 de fevereiro deste ano, o drama vivido pela jovem Eva Luana da Silva chocou o país após a garota relatar os abusos nas redes sociais. O caso já havia sido registrado na polícia e o suspeito estava preso, quando Eva revelou os episódios de abuso e tortura sofridos por ela e a mãe, durante quase 10 anos. “Tinha vezes que chegava a ser estuprada duas vezes no dia”, disse.

Como resultado dos estupros cometidos pelo padrasto, desde que ela tinha 12 anos, a jovem disse que fez vários abortos. “Foram quatro ou cinco vezes”, lembra.

Eva relatou em posts no Instagram toda a violência pela qual foi submetida dentro da própria casa. Artistas como Kéfera e Alice Wegmann compartilharam as postagens da estudante.

A delegada Florisbela Rodrigues, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Camaçari, que apurou o crime, confirmou que a jovem prestou depoimento no dia 30 de janeiro. A mãe dela também falou com a polícia e confirmou as denúncias da filha.

No dia 31 de janeiro, após Eva ter feito a denúncia, a Justiça concedeu uma medida protetiva para que Thiago não se aproximasse dela e nem da mãe e da irmã. O homem, então, foi obrigado a sair de casa e alugar um imóvel para morar.

Ela conta, no entanto, que, antes de ser preso, ele descumpriu a medida que o obrigava a ficar distante das vítimas por no mínimo, 300 metros. A jovem disse que ele foi até a casa dela e destruiu provas, antes do cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

Após a denúncia, Thiago Oliveira Alves, que é natural de São Paulo, foi exonerado do cargo de assessor técnico da prefeitura de Camaçari. Ele era lotado na Secretaria de Serviços Públicos (Sesp). A prefeitura divulgou nota de repúdio a Thiago no dia 20 de fevereiro.

Ele já tinha deixado o cargo desde 1º de fevereiro, dois dias depois da enteada ter denunciado o caso à Polícia Civil, mas a oficialização da exoneração no Diário pela prefeitura só saiu 20 dias depois.

*G1



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