Dom Macedo Costa se torna palco da identidade negra em evento de promoção da igualdade

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“Através do Social estamos transformando vidas!” A fala da secretária de Assistência Social, Selma Lemos, resume o que toda a comunidade macedense pode ver na noite da última sexta-feira (30), com a culminância do Projeto “Nosso mundo, Nossa cor”, no II Fórum de Promoção da Igualdade Racial do município. Uma completa demonstração das ações realizadas para o enfrentamento das desigualdades e combate ao racismo.

Durante os últimos meses, uma série de oficinas (maquiagem, dreads, fotografia, artesanato, música) e rodas de discussões ganharam espaço no Serviço de Convivência, reunindo jovens, adultos e idosos para refletir sobre autoestima e a valorização da cultura negra. O evento trouxe para o centro do espaço público, em plena Quadra Poliesportiva, o resultado de todo o trabalho realizado.

O professor Ronilson Souza, um dos convidados, introduziu as discussões da noite falando sobre a necessidade da “tomada de consciência” sobre a identidade negra, provocando o público a treinar o olhar e perceber “o outro” que muitas vezes é negado, silenciado e invisibilizado.

O ápice da noite aconteceu com o desfile das participantes do curso de modelo e manequim, agitando o público presente. Entre as jovens estreantes na passarela estava a macedense Luciana Silva, 21 anos, cuja história de vida apresentada em vídeo antes do desfile comoveu a todos. Luciana é moradora da comunidade do Dom Vital e durante muitos anos sentiu na pele o peso do preconceito. Após participar das atividades do projeto, Luciana viu sua autoestima transformada. “Como eu sofria muito bullying, eu não me vestia bem, não usava maquiagem, e depois que eu fiz esse curso, eu abri a minha mente. Hoje eu me valorizo mais, me aceito do jeito que eu sou!”, afirma a jovem que relata ter superado os traumas e a timidez, encarando o desafio de desfilar. Ela também protagonizou um ensaio fotográfico apresentado para o público.

“Um dos pontos mais relevantes aqui foi a valorização das pessoas da comunidade. Ao ver essas meninas desfilando constatamos que não foi um desfile pelo desfile, em que apenas as arrumaram e as trouxeram aqui. Elas passaram por um processo, com diálogos de formação, para entenderem como foi construída a beleza delas”, comentou a convidada professora Letícia Gambelegé.

A noite contou também com apresentações do músico Sinho Bernardo, que ministrou oficina no projeto, compondo uma música com as crianças participantes, e com o som da nova FANDOMAC. Houve ainda uma empolgante demonstração de capoeira, do grupo Ogunjá e da banda de percussão Afro Olorum, comandada pelo capoeirista Girlan Nascimento, filho do saudoso Mestre Roque, de Santo Antônio de Jesus. O prefeito Guito, o vice Senhorzinho e o presidente da Câmara de Vereadores, Geraldo Jorge, acompanharam toda a programação.

“Quando você presencia uma ótica de gestão como esta no interior da Bahia, isso é muito positivo. Porque vivemos no estado mais negro fora da África, mas por conta disso também sentimos na carne toda a dificuldade do que é ser preto nesse cenário. Quando vemos um evento como esse, isso nos traz muita esperança de que podemos confiar na mudança!” constatou a professora Letícia.

Ascom DMC



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