Reeleito com 74% dos votos, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) inicia seu segundo mandato focado em tirar grandes obras do papel de olho nas eleições de 2018.
A ideia é que as obras estejam concluídas ou adiantadas nos próximos dois anos e sirvam de vitrine para a provável campanha de ACM Neto ao governo da Bahia.
O prefeito aposta em duas das grandes obras previstas para o primeiro mandato, mas que acabaram postergadas: a construção do primeiro hospital municipal de Salvador e um sistema de pistas exclusivas para ônibus -esse orçado em R$ 408 milhões.
Divulgação – 1º.out.16
Prefeito reeleito em Salvador, ACM Neto (DEM), durante campanha em ruas da cidade
Prefeito reeleito em Salvador, ACM Neto (DEM), durante campanha em ruas da cidade
Entre 2013 e 2016, com pouco acesso a recursos federais e empréstimos, o prefeito investiu em obras de menor porte, como construção de vias na periferia e requalificação de trechos da orla.
As reformas revitalizaram bairros como o Rio Vermelho e a Barra, numa estratégia para alavancar o turismo na capital baiana. Áreas como o Pelourinho, no entanto, ainda não foram alvo de uma reforma mais ampla.
“Os primeiros anos da gestão foram voltados para arrumar a casa, mas também conseguimos fazer investimentos importantes com recursos próprios”, diz o secretário da Casa Civil, Luiz Carrera.
CRISE E POLÍTICA
O principal desafio do novo mandato será viabilizar obras num cenário de crise econômica. Em 2016, a arrecadação própria da cidade estagnou e houve queda nos repasses federais obrigatórios.
Os recursos extras, de empréstimos e convênios, não vieram. A prefeitura queria obter R$ 512 milhões só com empréstimos, mas conseguiu apenas R$ 10,7 milhões até outubro de 2016.
Para tentar virar este quadro, ACM Neto aposta na captação de recursos de agências internacionais, como o Banco Mundial, e do governo federal, já que agora tem como aliado o presidente Michel Temer (PMDB).
Além de estreitar a relação com o Planalto, ACM Neto também dá sinais de que fortalecerá a articulação política.
Para isso, destacou para a função o vice-prefeito Bruno Reis (PMDB), um de seus aliados mais fiéis. Reis deve herdar a prefeitura em 2018, caso ACM deixe o cargo para disputar o governo do Estado.
O prefeito ampliou sua base na Câmara de Vereadores e contemplou os principais aliados com secretarias, aumentando o número de pastas de 15 para 17.
Ao mesmo tempo, anunciou a extinção de superintendências e renegociação de contratos com empresas terceirizadas, usando um discurso de austeridade.
(Folha)