Gás de cozinha vai ficar até R$5 reais mais caro em Salvador

O gás de cozinha fica até R$ 5 mais caro nas revendedoras de Salvador, após o reajuste de 4,4% anunciado pela Petrobras na última quarta-feira (4). A reportagem pesquisou, nesta sexta-feira (6), o valor do produto em 12 distribuidoras da capital baiana: três já modificaram o preço, quatro garantiram que o valor deve subir até o próximo domingo e cinco disseram não ter alterado o preço e que não há pretensão de repassar o reajuste

Embora a maioria dos revendedores ouvidos tenha decidido não repassar o aumento, há pontos de venda em que o botijão deve ficar até R$ 5 mais caro. Em outros, o preço subiu apenas R$ 2. No entanto, o reajuste já começa a pesar no bolso de muitos chefes de família, donos de casa e pequenos empreendedores.

Procurado, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Natural Liquefeito (Sindigás), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que ainda não sabe o quanto o reajuste impactará em reais. O Sindigás explicou que esse valor demora cerca de uma semana até que o consumidor sinta a diferença no bolso, por isso é tão difícil prever.

A maior variação encontrada pela reportagem foi de R$ 5, na distribuidora Real Gás, localizada no Alto do Saldanha, em Brotas. Embora o preço ainda não tenha entrado em vigor, o administrador que atendeu à reportagem garantiu que o novo preço passará a valer a partir do próximo domingo (8).

A empreendedora Edite Suzart montou uma empresa de marmitas congeladas há cerca de um ano e meio, a E’di Gourmet. Ao saber da notícia, se preocupou imediatamente – ela gasta dois botijões de gás (R$ 70) por mês.

“Agora que comecei a divulgar minha marca, estava previsto um aumento na minha demanda. Mas como já divulguei os preços, não tenho como e nem quero repassar para o consumidor”, lamenta. Edite fornece uma média de 50 a 60 marmitas por semana e previa o dobro disso para os próximos dias. Ela ainda ressalta que pensa duas vezes antes de repassar esse custo ao consumidor, porque isso poderia resultar em uma perda de clientela.

Inflação 

A taxa da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) para o gás GLP mostra que desde o mês de março a taxa esteve em alta (março: 2,84, abril: 1,40 e maio: 0,39). No mês de junho o índice saltou para 10,40%, isso que dizer que no acumulado de 12 meses até junho, o IPCA referente ao gás GLP teve alta de 4,75%, contra a taxa de -5,12% obtida do mês anterior. O gás de botijão (4,87%) foi o segundo item a puxar a prévia da inflação do grupo Habitação, de maio para junho, e apresenta  a maior variação desde outubro do ano passado, quando havia registrado alta de 6,32%.

O educador financeiro ressalta que não foi só o gás de cozinha que subiu recentemente. Ele lembra que inflação afetou também a mensalidade das escolas, que sofreu uma alta de 10%, e a conta de água, que teve uma alta de 13%. Isso sem falar em despesas como combustíveis e conta de luz.

“Neste momento é crucial controlar cada vez mais os gastos, porque o cenário é de empobrecimento da população e redução do poder de compra”, aconselha. Angelo atribui o empobrecimento da população  ao fato de todas as taxas estarem subindo mais do que os ganhos salariais.

Ele ainda afirma que, apesar do Banco Central vir tentando reduzir a inflação e divulgar um IPCA mais baixo, não é essa a sensação que se tem ao fazer compras.



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