VI Santo Antônio Negro tem programação diversificada em SAJ; saiba mais

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O mês de Novembro é um mês emblemático nas discussões referentes às populações africanas na África e na Diáspora, pois no Brasil, dia 20 deste mês, comemora-se o dia da Consciência Negra, data de importante significado histórico e nacional em memória de Zumbi dos Palmares, líder negro que destacou-se na luta contra a desigualdade e injustiça racial e social. Em 2017, objetivamos abordar questões relacionadas às diferentes formas de manifestação da violência étnico-racial e possíveis estratégias para o seu enfrentamento. Naturalizada nas práticas culturais dos representantes institucionais e nas práticas de inúmeras pessoas expressas cotidianamente, a violência étnico-racial pode ser tão ou mais danosa do que o uso de armas de fogo, pois aniquila identidades e corrói o íntimo de seres humanos, que subjugados e desacreditados são, frequentemente, destruídos simbólica, social e fisicamente, muitas vezes não se recuperando deste prejuízo. Assim, ao abordar o tema das violências raciais visamos a construção de uma sociedade mais digna e democrática para todos, que respeite os cidadãos negros da mesma forma que respeita os outros cidadãos; que entende que a dor da parturiente negra não é menor do que qualquer outra dor; que respeita o jovem negro como ser humano digno de viver e usufruir dos benefícios que a vida em sociedade nos proporciona, sem identificá-lo como criminoso a priori. Visamos a construção de uma sociedade em que o falar do racismo e da violência racial não é transformado em piada ou desqualificado pela mensuração do quanto de DNA negro corre nas veias de pessoas de pele preta. Neste processo, frequentemente, voltamo-nos para a defesa das ações afirmativas, que instituem a igualdade de oportunidades e de condições, o reconhecimento social e a representação política para todos. Assim, defende-se o princípio da equidade nos processos de construção de uma vida digna, saudável e com perspectivas de um futuro, individual e coletivo, de acordo com os padrões gerais médios, satisfatórios, de qualquer sociedade para todos, independentemente do pertencimento a grupos étnicos, raciais, identitários, de condições físicas ou históricas relativamente desvantajosas. As ações afirmativas são, na contemporaneidade, as formas mais eficazes e diretas de aperfeiçoamento da nossa democracia e de construção da justiça social.

Desenvolveremos atividades cujos temas relacionam-se às populações afro-brasileiras no Recôncavo, sem perder de vista os intercursos culturais, sociais e intelectuais entre o nosso país, o Recôncavo, e o continente africano. Abordaremos conceitos e práticas como racismo, etnia, violência simbólica, violência institucional e assassinato de jovens negros. Enfocaremos, também, a necessidade premente de se ampliar uma efetiva política da cidadania, que tenha como meta primordial a inclusão social de populações negras que viveram e vivem em condições de violência, risco e marginalidade.

*Andrea Barreto



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