Documentário sobre Mestre Moa é lançado em Salvador

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Durante apenas 14 dias, o diretor Carlos Pronzato e o produtor Paulo Magalhães colheram mais de 30 entrevistas e imagens de atos culturais em memória do Mestre Moa do Katendê, capoeirista morto após uma discussão política na madrugada do dia 8 de outubro. O resultado está no documentário Mestre Moa do Katendê – A Primeira Vítima, que foi lançado nesta terça-feira (23) em evento gratuito no Cruzeiro de São Francisco, no Pelourinho.

O filme concluído na madrugada desta terça-feira tem 45 minutos de duração e é composto por cenas como o ato em homenagem a Moa, que aconteceu no Pelourinho. Além disso, traz um “recorte de discursos” como o diretor definiu em entrevista ao G1, e destaca a violência urbana. ‘É uma morte emblemática. A gente vê as agressões constantes”, reforça Pronzato, que também assina a direção dos documentários A Revolta do Buzu (2003) e Madres de Plaza de Mayo: memória, verdade, justiça (2009).

Lançado no mesmo dia em que acontece a tradicional Terça da Bênção, festa do bloco afro Olodum, o documentário passa pelo aspecto cultural, passa pela memória, pelo legado do Mestre Moa e por “essa dimensão política, do que significa esse crime”, explica o produtor Paulo Magalhães, da Associação Brasileira de Capoeira Angola, entidade que Mestre Moa fez parte.

“Esse tipo de violência atrelada à política, atrelada a posições, é uma coisa que a gente tem que combater de qualquer forma, independentemente dos posicionamentos de cada pessoa, das diferentes posições políticas”, defende Magalhães. “É um crime contra a comunidade negra, contra um ativista cultural, contra uma pessoa que se posicionou, e ao mesmo tempo uma coisa gratuita, o que mostra o clima de ódio, de violência, de intolerância que está se acirrando cada vez mais nesse cenário novo que a gente está vivendo”, reforça.



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