Precaução nunca é demais. Que o diga a armadora Eduarda Amorim, a Duda. Eleita a melhor jogadora de handebol do mundo em 2014, a brasileira levou um susto no início do mês durante a última fase de treinos da seleção na Áustria. Após disputa de bola com a capitã Dara, ela sofreu uma fratura no nariz e desde então tem usado uma máscara para proteger a região. Foi assim nesta sexta-feira, 24, no primeiro dia de atividades da penúltima fase de preparação do Brasil antes da Rio 2016. De tênis calçado e cola nas mãos, Duda contou com o auxílio das colegas para encaixar a máscara na face. Recuperando-se, ela não é um problema para a Olimpíada, mas quer evitar qualquer surpresa desagradável caso aconteça um novo choque nos treinos na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, Rio de Janeiro.
– É normal, foi uma bola que a Dara virou no pivô e bateu no meu nariz. E se eu levo alguma pancada agora, vai ficar muito dolorido. Hoje, parada, correndo, treinando, não me incomoda em nada, não dói, é só quando vem uma mão ou uma bola. Está me atrapalhando um pouquinho agora, mas já me acostumei. É também para não correr nenhum risco – explica a armadora do Brasil.
Liberada pelo departamento médico, Duda usa o equipamento realmente como precaução. De acordo com as regras da Federação Internacional de Handebol (IHF), a máscara não pode ser usada em competições oficiais. Por conta disso, a jogadora preferiu evitar a possibilidade de qualquer novo choque e uma possível ausência nos treinos, justamente no momento em que reencontra a melhor forma, já que no Mundial da Dinamarca, em 2015, voltava de uma lesão no joelho.
– Não tem jeito, tenho que treinar com essa máscara linda. E essa máscara não pode ser usada na Olimpíada. De qualquer forma, não terei problemas, pois já estará cicatrizado e curado. Como não posso usar a máscara na Olimpíada, estou me precavendo agora para não ter problema nos Jogos – diz Duda.
Mesmo consciente de que não é o momento de perder nenhuma jogadora, o técnico Morten Soubak explica que ainda não é a hora de tirar o pé dos treinos. Pelo contrário. Faltando 42 dias para o começo dos Jogos e bem próximo de definir as 14 convocadas dentre as 18 que treinam neste momento com o grupo, ele pretende diminuir o ritmo das atividades apenas nos 15 dias finais.
– Nesse momento estamos colocando muito volume. E é muito cansativo. Tem que ser assim. Quando chegar daqui a 30 dias, não vamos treinar com esse volume. Vai ser diferente. Elas estarão prontas fisicamente, leves, mentalmente, precisam ficar leves. Nessa altura, o treino é pesado – frisa Morten.
Com Duda em quadra, e provavelmente de máscara, a seleção brasileira encara a Suíça no domingo, a partir das 9h30, em amistoso preparatório para a Rio 2016. A partida acontece na Arena do Futuro, dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, onde os jogos de handebol serão realizados na competição. (G1)
