Emocionada, mãe de jovens mortos sai de júri durante exibição de fotos do acidente em Salvador

A mãe dos jovens Emanuel e Emanuelle, Marinúbia Gomes, saiu do salão do júri popular na manhã desta terça-feira (5) quando começaram a ser exibidas imagens do acidente em que os dois filhos acabaram mortos.

A sessão no Fórum Ruy Barbosa leva a júri popular a médica oftalmologista de Salvador Kátia Vargas. Ela responde acusação de ter atropelado os dois irmãos – então com 22 e 23 anos, após uma discussão no trânsito em Salvador. A ré estava em um carro e os jovens, a bordo de uma moto pilotada por Emanuel.

Ainda que abalada, Marinúbia Gomes afirmou à imprensa que está confiante para que a Justiça seja feita. “Estou bem”, disse ao deixar o local. Ela saiu logo após a exibição de fotos em que apareciam os corpos dos filhos, por volta das 12h20, quando eram feitas as perguntas à terceira testemunha, Arivaldo Lima Souza. Marinúbia só retornou cerca de 20 minutos depois, às 12h41.

A mãe de Emanuel e Emanuelle havia chegado cedo ao Fórum Ruy Barbosa, por volta das 6h40, e entrou acompanhada do advogado assistente de acusação, Daniel Keller. Ela falou com a imprensa logo depois de ter reencontrado a ré, quatro anos após o acidente. “Estou firme e forte na força de Deus. E que a Justiça de Deus seja feita para ambas as famílias”, desabafou.

A amiga da família Andréa Moraes comentou que também se emocionou com a exibição das fotos do acidente durante o depoimento da terceira testemunha. “São fotos chocantes, que nunca quis ver e foi inevitável. Foi reviver a dor de quatro anos atrás, foi muito triste”, lamentou.

Já a médica Kátia Vargas saiu do salão antes mesmo da exibição das fotos, às 12h16, e não retornou mais ao local antes do intervalo. Antes disso, ela ficou sentada em frente à bancada da defesa, do lado direito do tribunal. Ela permaneceu boa parte do tempo de cabeça baixa e, em alguns momentos, parecia estar rezando.

Quatro anos após as mortes dos irmãos Emanuele e Emanuel Gomes Dias, de 22 e 23 anos, a médica Kátia Vargas responde pelo caso em júri popular. Ela é acusada de ter provocado o acidente que matou os irmãos após uma suposta briga de trânsito, em outubro de 2013.

Kátia Vargas chegou a ser presa, mas após dois meses, obteve o direito de responder ao processo em liberdade provisória. Desde dezembro de 2013, quando teve a prisão preventiva revogada, ela é obrigada a cumprir medidas cautelares como o comparecimento mensal em juízo e proibição de se ausentar de Salvador sem autorização judicial. Além disso, foi oficializada à Polícia Federal restrições da médica para deixar o país.

O julgamento começou por volta das 9h30 desta terça, com o sorteio dos jurados. O júri ficou composto por 5 mulheres e 2 homens. Eles fizeram o juramento e foram lidas as regras para o júri composto.

Depois, começou o depoimento da 1ª testemunhas de acusação, Álvaro Lima Freitas Junior, que estava praticando caminhada na região do acidente. A segunda testemunha foi Maria Antônia Souza Palmeira. Por volta do meio-dia, começou o depoimento da 3ª testemunha, Arivaldo Lima Souza.

Esquema de segurança

Para garantir a segurança do julgamento, a juíza Gelzi Maria Souza solicitou à Polícia Militar reforço na segurança do Fórum Ruy Barbosa, no centro da capital baiana, onde ocorre o júri popular. A previsão é de que o julgamento dure dois dias.

O salão onde ocorre o julgamento tem 432 lugares na plateia. Entretanto, apenas 220 lugares foram colocados à disposição do público em geral, também por questão de segurança. Os interessados em assistir à sessão esgotaram as senhas de acesso ao espaço em menos de duas horas.

*G1



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia