ONG aciona MP-BA contra a Ufba após portaria que proíbe alimentar animais

A associação Célula Mãe, entidade que atua na proteção aos animais em situação de abandono, acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra a portaria 001/2018, publicada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) no último dia 2.

O documento, que proíbe a comunidade acadêmica de alimentar animais em portarias e lugares não recomendados pela vigilância sanitária, tem causado polêmica entre alunos, funcionários e ativistas.

Em nota publicada na última terça-feira, a instituição esclarece que o objetivo é “Estabelecer uma parceria, tendo por base a colaboração entre cuidadores e Coordenação de Meio Ambiente da Ufba e, ao mesmo tempo, atender a questões de saúde pública que não podem ser negligenciadas”

Segundo o coordenador do meio ambiente da Ufba, professor José Antônio Lobo, atualmente, cerca de 30 cães e 150 gatos vivem ou transitam pela instituição. Para ele, toda a polêmica é fruto de uma grande confusão.

Restrições

“A portaria deixa claro que é proibida a alimentação dos animais em apenas alguns espaços como a cantina e as portarias de acesso ao campus. Não há problema algum em alimentar estes animais em outros locais. Muitas vezes, de forma até intencional, as pessoas criam polêmica. O cuidador é extremamente passional”, diz o coordenador.

Ele ainda destaca que a portaria é parte do projeto que visa organizar e melhor atender aos animais. Porém, Lobo lembra que a Ufba não possui obrigação e nem orçamento para cuidar de animais em situação de abandono, embora possua campanhas educativas contra maus-tratos, adoção e de vacinação.

Coordenadora do projeto Célula-Mãe, Janaína Rios, afirma que os espaços de alimentação dos animais não podem ser restringidos, pois embora não seja obrigação da universidade alimentá-los, a ação é realizada, há muitos anos, por estudantes.

“A portaria é um retrocesso no trato aos animais e na evolução da questão. Somos completamente contrários à portaria, emitimos nota de repúdio e também daremos entrada no MP”, garante.

A estudante de medicina veterinária Juliana Marback, 26, acredita que não é preciso restringir os espaços de alimentação dos animais, mas ressalta que o mais importante é estabelecer ações que visem dar continuidade no cuidado para com os bichos.

“Não necessariamente trará prejuízo à saúde das pessoas que os alimentam ou aos animais. A questão é estabelecer controle naquilo que é oferecido a eles, pois alguns alimentos podem trazer proliferação de doenças, a depender da forma como isso acontece”, explica.

Já para a também estudante de medicina veterinária Vanessa Silva, 23, as normas da portaria ajuda a organizar melhor os espaços e garantir que os envolvidos fiquem mais seguros.

*Atarde



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