Ex-prefeito de Muritiba e empresário são condenados à prisão por esquema de corrupção

A Justiça da Bahia condenou à prisão em regime fechado, na última terça-feira (9), o ex-prefeito de Muritiba Roque Luiz Dias dos Santos e o empresário Anderson Bela da Conceição Gomes, por envolvimento em um esquema de corrupção ocorrido entre os anos de 2013 e 2015, e que foi descoberto pela Operação Adsumus.

De acordo com sentença proferida pelo juiz Rafael Barbosa da Cunha, e publicada na edição desta quarta-feira (10) do Diário da Justiça Eletrônico, o ex-prefeito foi condenado a 11 anos e oito meses de reclusão, enquanto o empresário cumprirá oito anos e quatro meses de reclusão. Eles podem recorrer da decisão.

 Ambos foram condenados por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sentença, o juiz ainda determina que, como eles já estão presos, ficam impedidos de recorrer em liberdade.

A decisão ainda absolve o empresário Júlio Cezar Falcão da Silva, que também era réu no processo.

Caso

O ex-prefeito Roque Luiz Dias dos Santos foi preso pela primeira vez em 2017, após a Operação Adsumus ser deflagrada pelo Ministério Público.

A ação visava, inicialmente, combater crimes como fraude em licitações e desvio de dinheiro público praticados na prefeitura da cidade de Santo Amaro, na região metropolitana de Salvador, e teve como alvo o alto escalão da antiga gestão municipal.

Um empresário que foi um dos alvos da operação, no entanto, firmou um acordo de delação premiada e, em depoimento, citou um esquema criminoso envolvendo o ex-gestão da cidade de Muritiba.

O empresário, segundo o MP, que geria uma empresa que realizava coleta de lixo, foi o mesmo envolvido com a prefeitura de Muritiba, cujo contrato envolvia pagamentos de propina ao ex-prefeito da cidade.

Além do ex-prefeito Roque Luiz Dias dos Santos, foram denunciados pelos crimes em Muritiba o empresário da empresa de coleta de lixo e outra pessoa apontada como intermediador das relações entre o prefeito e a empresa. Eles foram alvos de um desdobramento da Operação Adsumus, deflagrado em dezembro de 2017.

Essa terceira pessoa, segundo o MP, ficava responsável, entre outras atribuições, por transportar o dinheiro proveniente da propina e está presa. Já o empresário, em razão do acordo de delação premiada, responde ao processo em liberdade.

A 6ª fase da Operação Adsumus teve como objetivo apurar crimes contra a administração pública, fraudes em licitações e contratos praticados entre os anos de 2012 e 2016 nas prefeituras de Muritiba e Santo Amaro.

Os promotores de Justiça registraram que cerca de R$ 20 milhões foram desviados dos cofres públicos no período investigado.

Foram apreendidos na ocasião documentos, planilhas de propinas, comprovantes de depósitos bancários e de transações financeiras, celulares e outros objetos eletrônicos.

Os mandados foram cumpridos nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Cruz das Almas. A operação foi realizada por intermédio Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), da 1ª Promotoria de Justiça de Santo Amaro e da Promotoria de Justiça de Muritiba.

*G1



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