Lula volta para a prisão em Curitiba após participar do velório do neto em SP

 

Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou à carceragem da Superintendência da Polícia Federal depois de participar do velório e da cerimônia de cremação do neto Arthur Lula da Silva, de 7 anos, que morreu vítima de meningite meningocócica.

O avião com o ex-presidente pousou no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, por volta das 15h30 deste sábado (2). De lá, o ex-presidente seguiu de helicóptero para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF), onde chegou às 15h45. Lula está preso desde 7 de abril de 2018.

Lula deixou Curitiba no início da manhã, foi para São Paulo de avião, chegou ao Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP), pouco depois das 11h e saiu às 12h58.

Ao deixar o local, Lula acenou para simpatizantes. Depois, entrou em uma viatura do comboio policial e foi levado até um heliponto da Volkswagen, de onde seguiu de helicóptero até o aeroporto de Congonhas. O avião com o ex-presidente decolou às 14h14 de Congonhas com destino a Curitiba. Ao todo, 275 policiais militares participaram da operação de escolta.

O ex-presidente está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde abril de 2018, onde cumpre pena de 12 anos 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, da Operação Lava Jato. Na sexta, ele recebeu autorização da Justiça Federal para viajar e ir à despedida do neto. A íntegra da decisão, tomada na noite desta sexta-feira (1), não foi divulgada.

Resumo

  • Arthur, neto de Lula, morreu por volta do meio-dia de sexta-feira
  • No mesmo dia, o ex-presidente pediu e obteve autorização para sair da prisão, em Curitiba, e ir ao velório em São Bernardo do Campo (SP)
  • Neste sábado (2), o avião levando Lula decolou de Curitiba às 7h19 e pousou às 8h31 em Congonhas
  • Por volta das 10h20, o ex-presidente pegou um helicóptero para ir a São Bernardo do Campo. De um heliponto, seguiu em carro escoltado ao cemitério
  • Chegou ao local pouco depois das 11h, aplaudido por militantes, e saiu do cemitério às 12h58
  • Às 13h20, pegou o helicóptero da PM para Congonhas. Às 14h14, decolou com destino ao Paraná no mesmo avião que o levou a São Paulo
  • Chegou a Curitiba às 15h30. Às 15h39, um helicóptero deixou o aeroporto e levou o ex-presidente para a sede da PF, onde já estava às 15h50.
  • O velório reuniu petistas e amigos de Lula, como a ex-presidente Dilma Rousseff, Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos derrotados nas eleições presidenciais de 2018, e os ex-ministros Benedita da Silva, Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha

Familiares e políticos que participaram da cerimônia destacaram a proximidade de Lula com o neto.

“Era um garotinho que estava sempre com ele, sempre no colo, acompanhando o Lula em tudo que era atividade, enfim, é um momento difícil”, disse Rafael Marques, ex-presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC.

Ao deixar a cerimônia, Fernando Haddad afirmou que Lula está “sentindo como avô e como pai do pai (de Arthur)”. Questionado sobre a situação de saúde do ex-presidente, Haddad afirmou que é preciso “acompanhar” a saúde de Lula após o episódio. “Não podemos subestimar diante de uma dor tão tremenda”, afirmou.

João Pedro Stedile, um dos fundadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), contou que o ex-presidente fez uma declaração durante a cerimônia. “[Lula] Disse que ele [Arthur] vinha sofrendo bullying na escola, que os colegas dele ficavam dizendo que o avô dele era ladrão e por isso estava preso.”

Segundo Stedile, Lula “fez um testemunho [com o neto] dizendo que se comprometia a lutar de todas as formas para que o Poder Judiciário o reconhecesse como inocente. Que ele ia provar a inocência dele. E que lá no céu ele procurasse pela avó, que ia cuidar dele lá. Ele tinha certeza que lá do céu ele ainda ia ter muito orgulho do avô que teve”.

Amigos da família que participaram da cerimônia disseram que, assim que o caixão desceu na cerimônia de cremação, agentes da Polícia Federal já estavam ao lado do ex-presidente para retirá-lo da sala.

“Ele era filho único do casal. Era um menino danado. Sorridente. Lembro dele gargalhando”, disse a mulher de um ex-deputado do PT, que não quis se identificar. “Ele era aquele menino que, quando estava com outras crianças, logo estava organizando as brincadeiras”, lembrou um ex-deputado que também não quis ser identificado.

As coroas de flores na cerimônia eram todas brancas. Na entrada da sala, uma mensagem dos pais: “Arthur, você iluminou a nossa vida com muita alegria e amor.”



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia