Comércio baiano demitiu 50 mil em 15 meses

“Nos últimos 15 meses, o comércio baiano teve fechamento de 50 mil postos de trabalho e de 21 mil lojas, cinco mil das quais em Salvador”. Os dados foram destacaqdos ontem pelo presidente do Sindlojas-Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia, Paulo Motta. Segundo o direigente, os dados mostram a “impossibilidade do setor em atender à reivindicação do Sindicato dos Comerciários de Salvador que pleiteia como reajuste salarial a reposição da inflação, estimada em 11,08%”.

Conforme Motta, “a contraproposta dos empresários é de 8%, a partir deste mês, sem retroatividade” para a data-base da categoria que ocorreu em março.

“As vendas fecharam o primeiro semestre em -8,5%, na relação com o mesmo período do ano passado”. Motta disse que “promoções como Liquida Bahia e Liquida Salvador têm sido formas encontradas no sentido de motivar o consumidor a retomar as compras”. Paulo Motta sugeriu que os comerciários “adotem o bom senso para evitar que a situação seja agravada, levando as empresas a enfrentar impossibilidade de liquidez e ter que promover mais demissões para poder pagar aos que permanecerem no trabalho”.

Para o presidente do Sindicato dos Comerciários, Joelson Dourado, “sem reajuste desde março, os empresários já estão devendo R$ 650 para cada um dos 200 mil trabalhadores que integram a categoria em Salvador”. Conforme Dourado, “essa dívida não é apenas para com os comerciários, mas interfere em toda a economia da cidade na medida em que esses trabalhadores não poupam nem fazem aplicações, investem apenas na aquisição de bens de consumo”.

Dourado mencionou dados do Dieese-Departamento Intersindical de Estudos Sócio-econômicos que apontam, nos últimos dez anos, o fato do comércio da capital ter obtido crescimento acima da média nacional”.

Ainda segundo o comerciário, “a própria Associação Nacional de Shopping Centers que divulgou um aumento percentual de 6,5% no faturamento em 2015”. Dourado questionou os números sobre fechamento de lojas na cidade argumentando que “boa parte dos lojistas tem migrado para outros pontos” e sugeriu que “em lugar de apontar fechamento no comércio se efetuasse pesquisa para verificar o número de novas lojas e shoppings abertos”. Ele mencionou, além do mais, o “crescimento verificado nos comércios de bairros como Cajazeiras, São Marcos e no Subúrbio ferroviário”.

Dados do Dieese sobre a conjuntura econômica, todavia, sinalizam para retração na atividade comercial em 10,7% no primeiro trimestre de 2016 em relação ao trimestre inicial de 2015. No tocante às demissões, o presidente do Sindicato dos Comerciários avaliou que, “junto aos que têm mais de um ano contratados, as homologações têm sido inferiores às registradas no mesmo período do ano passado”. Contudo, não apresentou números.

Joelson Dourado assegurou que “a greve já foi decidida em assembleia da categoria” e que “embora o sindicato tenha desenvolvido diversas ações visando a paralisação do trabalho nas lojas, como as ocorridas ontem e durante a semana passada na Avenida Sete e nos Shopping da Bahia e Piedade, não está sendo efetivada de modo permanente, mas parcial, em razão do caráter heterogêneo dos comerciários”.

Além da reposição da inflação, eles reivindicam reajuste no tíquete refeição, “congelado em R$ 8,40 há três anos” e querem avançar na discussão sobre a lei municipal que estipula a não remuneração extra dos domingos e feriados nos meses de janeiro e junho. Segundo Dourado, “não é justo que se trabalhe e não se faça jús à devida remuneração”, defendeu.

*Tribuna da Bahia



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