Ossada de estudante desaparecida é liberada para família; morte é investigada

(Foto: Reprodução/Facebook)

O fim de um ciclo, mas a dor ainda é latente. Essa é a sensação dos familiares da estudante Vitória Charleane dos Reis Mata, 17 anos. Nesta segunda-feira (9), os restos mortais dela serão finalmente colocados no ossuário da família, na Ordem Terceira de São Francisco.

“Enfim, a gente vai poder dar a ela uma despedida digna, porque nem isso queriam deixar. O que fizeram com a minha sobrinha foi desumano. Ninguém merece isso. O que queremos agora é que se faça justiça. A (justiça) de Deus é certa. Agora queremos que se faça cumprir a justiça dos homens”, declarou a tia de Vitória Charleane, Eliana Bárbara de Cruz Muniz, acreditando na possibilidade de a sobrinha ter sido assassinada.

Mas essa certeza só teremos quando o laudo estiver pronto”, ponderou em seguida, a tia, na manhã desta segunda-feira, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLRN).

A ossada de Vitória Charleane foi encontrada no último dia 14, num matagal, no bairro de Águas Claras, a pouco mais de 300 metros da casa dela. Ela estava desaparecida desde a noite do dia 31 de dezembro de 2017. “Ela foi passar o Réveillon em São Tomé de Paripe e, desde então, nunca mais foi vista”, contou Eliana Bárbara.

O caso segue sendo investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). O laudo que apontará a causa da morte ainda não foi concluído pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Réveillon
Vitória Charleane era estudante do 2º grau do Colégio Estadual Renan Baleeiro, em Águas Claras, e estava animada para passar o Réveillon com a família e amigos. Ela, a tia, uma prima e uma amiga iam encontrar um outro grupo lá, na praia de São Tomé de Paripe, onde comemorariam a chegada do Ano Novo ao som com o cantor de arrocha Pablo.

“Todos estávamos empolgados, inclusive ela. A praia é chamada por nós como ‘a praia do oi’, porque tudo mundo se encontra lá”, disse Eliana Bárbara.

Mas a tia da jovem não foi. “O rapaz que ia levar a gente de carro desistiu. Então, elas foram assim mesmo, com o meu consentimento. Nunca imaginamos que algo de errado poderia acontecer, já que ela nunca saía sem dizer para onde iria e nem ligar”, relatou a tia.

De acordo com ela, pouco depois de chegar em São Tomé de Paripe, a sobrinha mudou de ideia e quis ir para o Réveillon da Virada, na Boca do Rio, porque tinha mais atrações – Ivete Sangalo, Psirico, Alok, Marília Mendonça e outros. “Mas, como a prima e a amiga não quiseram, ela revolveu voltar para casa, em Águas Claras”, contou o tia.

Como a estudante não havia aparecido, parentes iniciaram uma busca por conta própria em hospitais e postos de saúde. À época foram também ao IMLNR, mas nada de encontrarem a jovem. O desaparecimento foi então comunicado à Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP).

Prima e tia da jovem afirmaram esperar justiça pela morte da adolescente(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

Ossada
No dia 14 de junho, um vizinho da estudante encontrou a ossada numa vala. Ele procurava madeiras para fazer fogueiras. “Como ele sabia do sumiço dela, chamou a família e aí acionamos a polícia”, contou a tia. Roupas da estudante foram recolhidas do local pela perícia, mas a confirmação de que os ossos eram de Vitória Charleane veio com a análise da arcada dentária, divulgada no dia seguinte.

“Não entendemos o porquê de tudo isso. Ela era uma menina querida por todos, ninguém tinha nada a dizer contra ela. Ela nunca comentou se estava sendo ameaçada ou se havia brigado com alguém”, declarou a tia da estudante.

O celular de Charleane está com a polícia. No dia do desaparecimento, ela saiu sem o aparelho, que estava numa assistência para conserto. “O padrasto dela pagou o conserto para que a polícia pudesse analisar as mensagens e fotos do celular para saber se há alguma pista do que aconteceu”, contou a tia.

*Correio



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