Ao som de fanfarras e samba, desfile pelo 2 de Julho reúne multidão em Salvador

 

Foto: Alan Oliveira/G1

Uma multidão se reuniu em Salvador nesta terça-feira (2), dia em que é comemorada a Independência do Brasil na Bahia, para acompanhar o desfile em homenagem à data.

Ao som de fanfarras e samba, baianos e turistas lotaram as ruas do Centro Histórico da capital baiana. Este ano a festa tem como tema ‘Patrimônio do Povo’.

Com sol entre nuvens, a caminhada começou por volta das 8h30, cerca de 30 minutos antes do previsto na programação e contou com centenas de pessoas. Além das tradicionais fanfarras que alegram a comemoração, diversos grupos políticos, sindicais e sociais se uniram no desfile.

O ponto de partida foi o Largo da Lapinha, no bairro da Liberdade, onde todo ano ocorre uma alvorada com queima de fogos que abre a festa. A cerimônia começou por volta das 6h, com o show no céu.

Desde cedo, muitas pessoas já esperavam pelo desfile. Às 7h, as imagens do Caboclo e da Cabocla, símbolos da luta pela Independência na Bahia, já tinham sido retiradas do galpão onde são preservados, no Largo da Lapinha, para a contemplação das pessoas que costumam saldar os ícones.

O agente de portaria Alex Oliveira, de 30 anos, foi um dos primeiros a chegar. Acompanhado da esposa, ele levou a filha Ágata Clarisse, de apenas 1 ano, para assistir a comemoração pela primeira vez. Do colo do pai coruja, a menina assistia à partida do desfile.

“Minha mãe sempre me trazia e eu mão poderia deixar de trazer ela também”, disse Alex.

Quem também acompanhava de perto eram as senhoras Elizabete Marques, de 72 anos, Maria do Carmo, de 58 anos, e Anelita Santos, de 67. Moradoras de diferentes locais de Salvador e região metropolitana, elas foram sozinhas ao desfile, porém, se encontraram e fizeram amizade.

Além do fato de terem ido sozinhas, as três também tinham a experiência na festa em comum. Animadas, elas contaram que acompanham o desfile na capital baiana há mais de 30 anos.

“Moro na liberdade há 44 anos e nunca perdi um”, contou dona Elizabete. “Não perco um”, disse Maria. “Venho desde criança”, relatou Anelita.

Lugar de inclusão, o desfile também foi acompanhado de perto por Antonieta de Barros, de 57 anos, e o marido Edmilson Farias, de 73, que foram levar o sobrinho com paralisia cerebral Elder Assis, de 27 anos.

Moradores da localidade conhecida como Sieiro, na Liberdade, eles chegaram cedo para não perder nada. Antonieta conta que desde que passou a criar o sobrinho, há 10 anos, não deixa de levá-lo para assistir ao desfile. A cadeira de rodas do jovem atrapalha na locomoção, mas não o desanima.

“Os pais dele faleceram há 10 anos e eu crio. Todo ano eu trago ele. Não dá pra andar muito por conta da cadeira, mas a gente assiste do canto”, contou Antonieta.

O desfile também foi marcado pelos protestos. Houve atos a favor dos animais e contra a destruição da natureza, além de manifestações de teor político. Cada grupo defendendo sua causa de uma forma diferente: com placas, cartazes, faixas, apresentações artísticas.

Por volta das 10h46, o desfile ainda não havia acabado. O destino do grupo foi o bairro do Pelourinho, também no Centro Histórico onde finaliza o desfile pelo período da manhã.

Símbolo

Inspirados no Caboclo e na Cabocla, estavam o cuidador de idosos Marcelo Carvalho, de 29 anos, e os filhos, Gerson Carvalho, 4 anos, e Ketylin Carvalho, 7 meses. Usando folhas de palmeira, a família estava fantasiada, na maior animação, assistindo a passagem do desfile da porta da casa onde moram.

Localizado no circuito do desfile, o imóvel, onde funciona um abrigo para idosos, também estava decorado com folhas, no clima das comemorações. A ideia dos enfeites partiu da dona do prédio e mãe de Marcelo, Marise Meneses, de 60 anos.

A família mora na Lapinha há 19 anos e há cerca de 6 decora a frente do imóvel para o desfile. Marisa conta que já ganhou um concursos de casa melhor enfeitada algumas vezes, e diz que é sempre uma alegria para ela participar da festa.

“Todo ano eu enfeito a casa. Gosto muito do desfile, me emociono, acho uma festa muito bonita. É uma tradição que continua muito forte”, disse.
Fonte G1 Bahia


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