Bancária é suspeita de encomendar morte de amiga de infância, em Campos

Universitária Ana Paula Ramos, vítima do crime Foto: Divulgação/Facebook

Um caso que envolve amizade, mentira, dissimulação e morte em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, ganhou anteontem um novo capítulo. Um áudio, entregue à Polícia Civil por uma testemunha, revela que Luana Barreto Sales, de 24 anos — presa desde o último dia 21 como mandante da morte da amiga de infância e cunhada, Ana Paula Ramos, de 25 — tentou forjar um álibi para enganar a polícia.

O crime ocorreu em 19 de agosto, no bairro Parque Rio Branco, em Guarus, distrito de Campos. Ana Paula se casaria em outubro e Luana seria madrinha. Segundo a polícia, ela convidou a noiva para ir a um shopping e ver o vestido que usaria no casamento. No local, Luana chamou a cunhada para tomar um sorvete numa praça do bairro: a escolha de uma banana split era o sinal para os bandidos executarem o plano. Dois criminosos, então, teriam forjado um assalto e dado tiros em Ana Paula. Pelo crime, de acordo com as investigações, Luana pagou R$ 2 mil — R$ 500 pagos no momento do crime, dentro de um envelope e na frente da vítima.

Luana Sales, suspeita de ser a mandante do crime Foto: Divulgação/Facebook

Na terça-feira, uma amiga de Luana entregou a policiais da 146ª DP (Guarus), que investiga o caso, uma gravação em que a suspeita tenta criar um álibi para justificar a ida de Ana Paula à praça onde acabou morta. No áudio, segundo o delegado Luiz Maurício Armond, titular da 146ª DP, Luana pedia que a amiga dissesse que o dinheiro pago aos assassinos era parte de uma transação financeira que ela teria de fazer com a suspeita — Luana é bancária na cidade. Já uma outra amiga da acusada contou à polícia que, dias antes, Luana teria falado em “dar um susto” em Ana Paula.

De acordo com Armond, a barbaridade do crime levantou suspeitas.

— O crime ocorreu no sábado. Na segunda-feira, assim que vi o caso, estranhei o fato de Ana Paula ter tomado três tiros no peito e um na cabeça. Parecia um crime exagerado para latrocínio, e começamos a investigar — explica.

Dois dias depois do crime, quando a universitária teve a morte cerebral decretada, um intermediário responsável por contratar os matadores e os próprios executores do homicídio foram presos. Eles foram identificados por meio de testemunhas que estavam no local do crime. Um deles confessou à polícia que a bancária Luana encomendou a morte da amiga.

Luana foi presa durante uma roda de orações que parentes de Ana Paula faziam no Hospital Ferreira Machado, onde a universitária estava internada. A suspeita vai responder por homicídio triplamente qualificado (morte mediante pagamento ou por motivo torpe, dificuldade de defesa da vítima e feminicídio). A pena pode chegar a 30 anos de prisão.

De acordo com Armond, as duas famílias estão em choque. Luana está com cumprindo prisão temporária, mas é bem provável, afirma o delegado, que seja pedida uma preventiva — o que pode manter a suspeita na cadeia até o julgamento:

— Tudo indica que ela vai ficar presa por mais tempo. Todos os suspeitos confirmaram que Luana é a mandante do homicídio, mas ela permanece em silêncio — diz o delegado, que ainda investiga o motivo do crime: — O ato foi passional, mas não sabemos exatamente o que levou Luana a planejar a morte de Ana Paula.

*Extra



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