‘Masculinidade’ é critério de avaliação psicológica do concurso da PM do Paraná

 

Entre os 72 critérios da avaliação psicológica do concurso da Polícia Militar (PM) do Paraná, que abriu as inscrições nesta segunda-feira (13), o de “masculinidade” causou inúmeras interpretações e tem gerado polêmica na internet. O critério de “masculinidade” é descrito como a “capacidade de em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”.

No concurso são ofertadas 16 vagas para cadete,  a inscrição pode ser feita tanto por homens quanto mulheres de até 30 anos de idade. Diante a repercussão negativa, a PM afirmou em nota que houve uma interpretação equivocada e que o objetivo do critério seria “avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de enfrentamento, aspectos estes extremamente necessários para o dia a dia da atividade policial militar”.

De acordo com o G1, a Aliança Nacional LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexuais) e o Grupo Dignidade consideraram que a exigência ignora a possibilidade de mulheres se candidatarem às vagas ou incitam que elas tenham características masculinas, o que significa um fator discriminatório. “Fere a Declaração Universal de Direitos Humanos e a Constituição Federal Brasileira no que diz respeito à igualdade de todas as pessoas, além de estar na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU) em relação ao alcance da igualdade entre os gêneros”, diz a nota de repúdio dos dois grupos.

A nota ainda pede o auxílio a várias autoridades para a revogação do edital. Entre elas, está a atual comandante da PM-PR, a coronel Audilene Rocha, que em 163 anos da corporação, é a primeira mulher a assumir o cargo.

*BN*



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