Museu Nacional inaugura exposição sobre Antártida, 1ª após incêndio

Museu Nacional inaugura exposição sobre Antártida, 1ª após incêndio

O Museu Nacional inaugurou nesta quarta (16) sua primeira exposição após o incêndio que destruiu parte de seu acervo. Gratuita, ela tratará sobre a Antártida e ficará no Palacete da Casa da Moeda, no centro do Rio de Janeiro, prédio que foi a primeira sede do museu em 1818.

Das 160 peças em exibição, oito foram resgatadas sob os escombros do edifício nos últimos meses. Entre elas estão fragmentos de troncos de árvores fossilizados que ficaram cobertos por pedaços de metal, já que estavam dentro de um armário que derreteu com as chamas.

A exposição “Quando Nem Tudo Era Gelo – Novas Descobertas no Continente Antártico” estava planejada para acontecer em outubro do ano passado, em uma das salas do Museu Nacional. Em setembro, porém, a tragédia mudou os planos da equipe.

“Lembro de ter encontrado uma colega e ela ter me abraçado e dito: ‘Vamos manter a exposição, ela tem que acontecer'”, conta a curadora e paleontóloga Juliana Sayão, que liderou equipes de pesquisadores na Antártida durante três anos. Logo em seguida, veio o convite da Casa de Moeda. Segundo Sayão, 99% do acervo a ser mostrado estava dentro do prédio e ainda não foi encontrado, por isso a equipe precisou repensar a exibição com itens que estavam em outros lugares -em um prédio anexo do museu, por exemplo.

Para o diretor do museu, Alexander Kellner, a realização da exposição pouco mais de quatro meses após o incêndio significa que a instituição “está viva”. “O museu continua vivo, continua desempenhando a sua função, graças a um trabalho de equipe.”

A mostra tem três eixos: como é a Antártida hoje, como é o dia a dia dos pesquisadores brasileiros ali e como era a Antártida de 90 milhões de anos atrás -um continente completamente diferente do atual, quente, tropical e com uma vasta fauna. São exibidas as descobertas mais recentes de expedições realizadas de 2015 a 2018 por paleontólogos do museu no âmbito do projeto Paleoantar, que faz pesquisas de campo desde 2007 e é vinculado ao Programa Antártico Brasileiro.

Há a recriação de um iceberg, as ferramentas usadas pelos pesquisadores, um crânio da terceira menor baleia do mundo (a baleia minke antártica), fósseis de conchas, animais e plantas e um fragmento da asa de um pterossauro, uma das mais importantes descobertas na região que mostrou que eles também viveram ali.

A exposição vai durar quatro meses, até o dia 17 de maio. Segundo o diretor do Museu Nacional, a intenção é buscar patrocínios para levá-la a outros locais.

O RESGATE DO MUSEU

Mais de 1.500 itens foram achados sob os escombros do prédio até dezembro, incluindo peças das coleções, equipamentos, objetos pessoais e fragmentos arquitetônicos. Ainda não há, no entanto, um número oficial e a lista exata do que foi encontrado.

O acervo do museu tinha no total mais de 20 milhões de peças, incluindo o que não foi atingido pelo incêndio. As coleções de invertebrados, vertebrados e de botânica, por exemplo, estavam armazenadas em prédios anexos.

Entre os itens achados já identificados estão minerais e peças de arqueologia e etnologia (que estuda povos e culturas), como as bonecas Karajá, cerâmicas feitas por mulheres indígenas no início do século 20 e consideradas patrimônio imaterial brasileiro.

Fonte:Notícias ao Minuto



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