Homens e mulheres se unem contra assédio no carnaval em BH

 

Foto: Laura Marques/CBN BH

 

No primeiro carnaval em que entra em vigor a nova lei de importunação sexual, grupos de homens e de mulheres se unem contra o assédio. Na folia de Belo Horizonte, a já conhecida campanha “Não é Não!” tem agora o reforço da “Não forço a barra!”, encabeça por homens. A ideia é conscientizar os foliões sobre o assédio e também pensar formas de intervir em situações como puxar pelo braço ou pelo cabelo, tocar ou beijar à força, entre outros.

Um grupo de homens de BH fez debates nos últimos dias para falar sobre comportamentos masculinos nocivos e muitas vezes criminosos, comuns durante o carnaval. Com o lema “Não forço a barra”, eles agora somam forças com a já conhecida campanha “Não é Não”, encabeçada por mulheres em todo o Brasil. A ideia é conscientizar os homens sobre abordagens que são consideradas assédio. Para isso, eles revisam valores tipicamente masculinos. Um dos organizadores do grupo “Machismo Entre Nós”, Gabriel Mattos cita alguns deles.

“Eu lembro que um amigo tinha ficado com nove mulheres. Mas eu imagino que muitas dessas sofreram assédio, por ele estar nessa lógica de competição. Esse lugar do macho que tem que ficar com várias mulheres. Os homens são socializados nessa cultura machista, nessa masculinidade tóxica, que prevalece a competição, a violência. Isso acaba prejudicando a própria saúde dele. Homens são os que mais consomem álcool e outras drogas e isso gera outras repercussões individuais e sociais, principalmente para as outras pessoas: mulheres e LGBTs”, disse Gabriel.

Na última semana, o debate do grupo “Machismo Entre Nós” teve a participação de mulheres. A percussionista Renata Oliveira contou que, anos atrás, viveu situações que não queria por causa da pressão de outras pessoas no meio das multidões do carnaval de Salvador.

Conforme dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos os casos relacionados a denúncias de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres aumentam até 20% no mês de carnaval em relação ao resto do ano.

Este é o primeiro carnaval com a nova lei de importunação sexual em vigor. A legislação determina que qualquer ação de cunho sexual não consentida pode ser considerada crime. A pena é de até cinco anos de prisão. Integrante da campanha ‘Não é Não!’, Lívia Mares explica, de forma simples, a diferença entre paquera e assédio.

A orientação da campanha ‘Não é Não!’, para vítimas e testemunhas de crimes de violência sexual no Carnaval, é observar as características do agressor, se possível filmar ou fotografar a situação e fazer o registro na polícia.

*G1 – Editado por Blog do Valente



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