Obras da FIOL paradas no sudoeste da BA impedem extração de ferro na região

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O canteiro de obras da Ferrovia Oeste Leste (FIOL) no distrito de Brejinho das Ametistas, no município de Caetité, sudoeste da Bahia, estão paradas desde 2015. O distrito, que possui cinco mil habitantes, é por onde devem passar pelo menos 60 dos 1.526 km de extensão da estrada de ferro da FIOL. Caetité é o meio do caminho das duas etapas da obra, já que a FIOL 1 é de Ihéus, no sul da Bahia, à Caetité, e a FIOL 2 é de Caetité até Barreiras. Na região oeste da Bahia, as obras de construção da ferrovia também enfrentam atrasos e não chegou nem a 30% do previsto.

Em março de 2016, a Valec, empresa ligada ao Ministério dos Transportes e responsável pelas obras, rescindiu o contrato com o consórcio de construtoras alegando descumprimento de obrigações contratuais e problemas na construção.

A Valec diz que as obras do lote quatro estão perto de 80% do previsto, e que a primeira etapa da ferrovia tem conclusão prevista para o segundo semestre de 2018. Ainda segundo a Valec, entretanto, a construção está parada.

Sem a conclusão da obra no sudoeste da Bahia, a extração de minério de ferro, que deveria garantir ainda mais empregos e renda, não começa. Isso ocorre porque o município não tem como transportar a produção.

“Nós temos aqui o minério de ferro e que está parado por conta da paralisação da ferrovia. Com a implantação do minério de ferro, nós teremos mais ou menos quatro mil empregos diretos”, explicou o secretário de relações institucionais de Caetité, Hebert de Carvalho.

Com a suspensão das obras, não foi só a extração de minério de ferro que ficou prejudicada. Os pequenos comerciantes também foram afetados com a situação. É o caso do dono de um restaurante da região, Albiano Aparecido dos Santos. Segundo ele, durante o auge das obras, foram servidas por dia entre 450 a 500 refeições.

“Fizemos um investimento comprando esse terreno, construindo e no período de 2010 a 2015 foi bom. De 2015 para cá, a queda foi tão grande que hoje não está dando nem para se manter”, contou.

Em Brumado, também no sudoeste da Bahia, área de produção agrícola e mineral do estado, a situação é parecida com a de Caetité. Até 2015, no Lote 4 da ferrovia, em Brumado, cerca de 1.300 pessoas trabalhavam no local. Além disso, muitos trilhos foram colocados, mas atualmente está tudo parado.

A obra recebia operários de várias cidades da região. Gildázio Moreira, natural de Brumado, foi um dos trabalhadores da obra e ele atuava como armador. “Está todo mundo sem ganhar nada. Todo mundo parado”, contou.

*G1



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