Com média de R$ 4,99, gasolina chega ao maior valor dos últimos 10 anos em Salvador; preço no norte da BA chega a R$ 5,45

O valor da gasolina chegou à média de R$ 4,99 em Salvador, nesta última semana de setembro. O valor é o maior praticado pelos postos nos últimos 10 anos. Além disso, o litro da gasolina está acima da média apontada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), que é de R$ 4,73.

No interior da Bahia, o preço da gasolina chega a R$ 5,45 na cidade de Remanso, norte do estado. Em Porto Seguro, região sul, o valor é de R$ 5,39. Barreiras, no oeste da Bahia, o litro da gasolina sai a R$ 4,99, o mesmo registrado em Vitória da Conquista, na região sudoeste. Em Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, a gasolina sai a R$ 4,87.

Salvador

Na capital baiana, o litro da gasolina custava, em média, R$ 3,98 no início do ano. O preço subiu para R$ 4,33 em fevereiro, chegou a ter queda de R$ 0,16 em abril. De maio a setembro, no entanto, o custo só aumentou.

“É um absurdo porque o governo sobe o dólar, sobe a gasolina, quando devia subir só o valor e o imposto ficar congelado”, disse o administrador João Vicente.

A equipe de reportagem da TV Bahia percorreu cerca de 11 km entre a Avenida Garibaldi e o bairro da Boca do Rio. Neste trecho, os valores encontrados variaram entre R$ 4,84 e R$ 4,89 em oito postos encontrados. Em um posto na Avenida Pinto de Aguiar, em Pituaçu, a gasolina é encontrada por R$ 4,99. Porém, se pagar à vista, o valor cai para R$ 4,88.

Para economizar o combustível e tentar driblar os aumentos, o motorista se vira como pode. Manter os pneus na calibragem correta, atenção na troca das marchas na rotação adequadas são hábitos que ajudam a gastar menos.

“A gente que trabalha com carro o dia todo, viaja e tem coisas para fazer, a gasolina está cara. Não é só a gasolina, tem a manutenção do carro, óleo, combustível, pneu. Tudo isso influencia bastante”, avaliou o motorista Raimundo Maia.

O economista Antônio Carvalho explica que o aumento dos combustíveis é superior a todas as taxas de inflação que do período.

“Nós temos um aumento acumulado de 20,36%. É maior do que qualquer taxa de inflação acumulada no período. Esse aumento certamente impacta na renda das famílias, e isso vai reduzir o consumo de outros itens. Esse preço é repassado para todos os produtos, porque tudo depende de combustível para ser produzido e distribuído”, ponderou ele.

Média apontada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) é de R$ 4,73, mas valor nas bombas passa dos R$4,86. — Foto: Reprodução/TV Bahia

Segundo Antônio Carvalho, os gastos que geram o aumento do produto não são justificados porque a Bahia tem uma refinaria. Ele detalha também os impostos que são adicionados ao valor da refinaria, preço que é repassado para o consumidor.

“Nós temos uma refinaria no estado da Bahia, então não justifica gastos com distribuição. Hoje, o preço praticado pela Petrobras na refinaria é de R$ 2,25. Mas a diferença entre R$ 2,25 e R$ 4,73 é enorme, porque nós temos os impostos federais que equivalem a 16%, 28% de ICMS, o imposto estadual, um valor adicionado pelo etanol que é misturado à gasolina e uma diferença cobrada pelas distribuidoras e postos”.

Desde outubro de 2016 a venda de combustível deve acompanhar o valor do produto. O que inclui repassar a variação cambial.

“O grande problema é a política brasileira adotada para a composição do preço do combustível, onde os impostos representam mais do que todos os gastos de quem explora, pesquisa, produz e distribui”, disse o economista.



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