Flica movimenta economia no Recôncavo Baiano

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De olho no crescimento da demanda – principalmente em bares, restaurantes, hotéis e pousadas – e nas oportunidades de negócio que surgem com aquecimento da economia regional, o Sebrae em Santo Antônio de Jesus tem atuado junto aos donos de micro e pequenas empresas do Recôncavo Baiano com a implementação de programas como o Sebrae Mede, Negócio a Negócio (NAN) e Agentes Locais de Inovação (ALI).

No desenvolvimento desses programas, os consultores do Sebrae realizam um acompanhamento mais próximo das empresas, considerando características, realidade, porte e dificuldades específicas do negócio, além do monitoramento constante da evolução dos resultados gerados ao longo do período de atendimento.

A ideia é auxiliar nas principais dificuldades que o empreendedor encontra no dia a dia da gestão do negócio e indicar outras soluções do Sebrae alinhadas às suas necessidades.

Para Daniel Santana, que é sócio da Pousada e Restaurante Pai Thomaz, em Cachoeira, e já participou da consultoria Sebrae Mede, o sucesso do empreendimento no período do evento é tão grande que os empreendedores locais “passam o ano inteiro esperando a Flica”.

“Assim que a Flica é lançada, 15 dias depois já estamos com 100% de reservas na pousada. O que eu percebi que mudou foi o público. Nos outros anos, recebíamos muitos turistas do Sudeste e, nessa edição sentimos, uma presença maior de soteropolitanos e de pessoas que viajam em busca de cultura”, revela.

O empresário, que recebeu 29 hóspedes em 13 quartos dirante o evento, destaca também três principais festividades no calendário da cidade histórica do Recôncavo, por ordem de maior faturamento para seu negocio: Flica, São João e Festa da Boa Morte.

“Passamos o ano inteiro só pagando contas. Além desses três eventos principais, temos os que são promovidos no decorrer do ano pela UFRB e que também movimentam a economia. Fora isso, vivemos esperando a Flica chegar”, acrescenta.

Desenvolvimento econômico

De acordo com o coordenador geral da Flica, Emmanuel Mirdad, a festa se reafirma enquanto vetor de desenvolvimento econômico e da cultura. “A Flica mostra a potência do que é a economia da cultura, a economia criativa. Muita gente sem conhecimento critica, achando que a cultura é supérflua. Mas é uma mentira, porque ela gera muitos empregos diretos e indiretos, movimenta o turismo e é o momento em que as pessoas estão aptas a consumir, comprar livros, se hospedarem e se alimentarem. Então, a cultura é um pilar econômico”, destaca.

O coordenador do evento salienta ainda que, de acordo com a demanda deste ano, a Flica precisará ampliar o espaço. “Tivemos lotação máxima, ônibus e mais ônibus pelo porto de Cachoeira e avaliamos que, para o ano que vem, precisamos ampliar o espaço do evento e essa parceria com o Governo do Estado da Bahia tem sido cada vez mais importante. A expectativa é de que, em 2019, possamos receber melhor o nosso público”, completa Mirdad.

Demanda regional

Atualmente, de acordo com empresários locais, Cachoeira possui pouco mais de 400 leitos, quantitativo que não consegue dar conta da demanda de visitantes no período da festa. Esse foi um dos fatores que levou muitos participantes do evento a procurarem hospedagem em cidades próximas, como São Félix, Cruz das Almas e até Santo Antônio de Jesus.

Foi o caso da Pousada Cruz das Almas, empresa de pequeno porte que possui mais de 15 anos no mercado e hospedou 16 pessoas entre quinta e domingo. Para a gestora, Luciana Paula, a avaliação é perfeita, já que estende para Cruz das Almas a demanda de hospedagem e, consequentemente, amplia o lucro do empreendimento.

A Pousada Themis, também em Cruz das Almas, recebeu, pela primeira vez, um grupo de sete soteropolitanos que foram participar da Flica. “É a primeira vez que temos esse movimento no hotel por conta da Flica, de procura e hospedagem. As pessoas estão valorizando cada vez mais eventos como este”, conclui a responsável, Jaciara Pereira.

De acordo com informações do atendimento do Parati Palace Hotel, em Santo Antônio de Jesus, 96 hóspedes de diversas cidades da região e da capital do estado se acomodaram no hotel e fizeram o percurso para Cachoeira de ônibus nos dias do evento.

Mercado da literatura

Raphael Cloux é empreendedor há oito anos na microempresa editora Kawo-Kabiyesile. Ele já participou de outras edições da festa e destaca a importância do evento devido ao intercâmbio de conhecimento e de encontros, além de alcançar boas vendas para seu empreendimento.

“A Flica se coloca no cenário nacional como a segunda maior feira literária do Brasil. Para a editora, o espaço da Flica é um excelente local de diálogo, onde promovemos encontros importantes de leitores com escritores. Além dos autores que trouxemos para o evento, trouxemos também mais livros de outros autores e todos esgotaram no penúltimo dia da festa”, conta.

O artista plástico e poeta cordelista, Luiz Natividade, é alagoano e mora em Salvador. Já é a quinta vez que participa do evento e sente a necessidade de um espaço para cordelistas, especialmente para declamar e difundir com mais afinco a literatura de cordel. Porém, ressalta a relevância da festa.

“A Flica é uma grande vitrine para a cultura da literatura de cordel e para a literatura de um modo geral, para crianças e adultos de todas as idades. Os resultados são sempre bons e positivos. A Flica, cada vez mais, tem um público maior e isso é importante para a manutenção e ampliação da festa”, finaliza.

*Agência de Notícias Sebrae



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