Plano de privatizações do novo governo não deve sair em 2019

A Anbima (associação das empresas do mercado de capitais) considera que não haverá tempo de o novo governo iniciar em 2019 o programa de privatizações proposto pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Talvez não dê tempo de implementar em 2019 o plano de privatizações”, afirmou José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.

Isso deve limitar o potencial de novas emissões de ações na Bolsa brasileira, diz. Um dos caminhos para o programa de vendas de estatais é pela emissão de ações de divisões dessas empresas no mercado. Um exemplo já feito foi a venda da BR Distribuidora, realizada em dezembro de 2017.

Laloni se diz otimista com o mercado mesmo assim, dado que a incerteza política já passou. Ele afirma que há movimentação grande dos agentes para acessar o mercado.

O executivo não fez projeções para o ano, mas a fila de empresas interessadas em IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) está perto de 30, dizem analistas do mercado.

Em 2018 foram apenas três IPOs de empresas brasileiras. Em 2017, foram oito companhias novas listadas.

“Se comparar [2019] com 2018 está fácil, porque foi um ano muito ruim”, afirma Laloni.

A Anbima também falou sobre propostas que devem ser encaminhadas pelo ministério da Fazenda ao novo governo. O documento deve ser escrito em reunião realizada nesta tarde.

Para a Anbima, o principal ponto do documento será uma proposta de mudança nas regras das debêntures incentivadas para ampliar a isenção de imposto de renda, atualmente restrita ao investidor pessoa física, também aos outros agentes do mercado.

Segundo Laloni, o objetivo é que a isenção alcance também os emissores dos papéis.

As debêntures incentivadas são títulos de dívidas de empresas que desejam captar recursos para investir em projetos de infraestrutura. Com a isenção do imposto de renda, o governo tenta fomentar os investimentos no país.

Em 2018 até novembro, foram feitas 263 emissões de debêntures, sendo 57 delas incentivadas. O volume captado para infraestrutura foi de R$ 22 bilhões.

No mesmo período de 2017, foram feitas 221 emissões, sendo 40 delas sob a legislação de incentivadas.

Sugestões de mudanças nas regras das debêntures incentivadas já apareceram em outros documentos elaborados pela Fazenda neste final de ano.

Laloni diz, porém, que não está na pauta da entidade as discussões sobre mudanças em tributação de outros produtos. Em um dos documentos da Fazenda destaca o fim da isenção do imposto de renda sobre investimentos em LCA e LCI (letras de crédito). A medida, além de aumentar arrecadação, colocaria investimentos de renda fixa sob as mesmas regras. Com informações da Folhapress.



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