Enem inicia transição para ser 100% digital até 2026, anuncia MEC

Foto: Jorge William / Agência O Globo

O Ministério da Educação ( MEC ) anunciou nesta quarta-feira que em 2020 vai aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digitalmente para 50 mil candidatos, em 15 capitais do país. Os planos do MEC são de que em 2026 já não haja mais a prova impressa. Os estudantes que prestam a prova nesse ano, no entanto, não serão afetados com nenhuma mudança.

— A ideia é fazer vários Enems ao longo do ano por agendamento — anunciou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, em coletiva de imprensa.

No ano que vem, 50 mil candidatos já poderão optar se farão o modelo piloto digital ou se farão a prova tradicional impressa.  No caso dos candidatos que forem fazer a prova nos moldes tradicionais, a prova continuará sendo aplicada em dois domingos consecutivos, segundo o Inep, em 11 e 18 de outubro.

O número de aplicações aumentará progressivamente. Em 2021, serão feitas duas aplicações digitais da prova. Depois, a partir de 2022 a ideia do MEC é viabilizar a aplicação da prova em quatro ocasiões em datas diferentes agendadas ao longo do ano.

De acordo com o Inep, a versão digital da prova viabilizará questões que utilizem games, vídeos e infográficos.

O governo cita como argumento central para a mudança na prova a economia de dinheiro, já que, segundo dados oficiais, a aplicação da prova impressa supera R$ 500 milhões de reais. Outra justificativa é que a mudança traria ganhos para o meio ambiente.

Para o coordenador de vestibular do colégio Q.I, Renato Pellizzari, a aplicação digital do Enem pode favorecer uma avaliação mais completa das habilidades dos alunos, mas por outro lado, poderá encontrar obstáculos devido à pouca infraestrutura das escolas do país.

— O Enem ser 100% digital já era algo previsto há algum tempo, porque o modelo de avaliação baseado na Teoria de Resposta ao Item (TRI) acaba sendo mais bem aplicado se tivermos uma prova nesses moldes, já que permite descobrir as habilidades dos candidatos de forma mais adequada que uma prova feita no papel, pois pode utilizar ferramentas como vídeos, jogos e conduzir a aplicação da prova de acordo com as aptidões do aluno —  afirma Pellizzari.

No entanto, o professor considera irreal a proposta do governo de fazer a prova totalmente nesse modelo até 2026:

—  Não sei se vamos conseguir em pouco tempo a inclusão digital de toda população brasileira que tem interesse de ingressar em uma universidade. É arriscado fazer uma previsão como essa para 2026. Se paralelamente fosse uma pauta do governo desenvolver um processo de inclusão digital no brasil, levando internet e capacitação para todas as escolas públicas, com infraestrutura de computadores, talvez essa meta pudesse ser alcançada. Mas isso não está dentro das propostas do governo.

Veja as capitais que terão aplicação da prova digital já em 2020:

  • Belém (PA)
  • Belo Horizonte (MG)
  • Brasília (DF)
  • Campo Grande (MS)
  • Cuiabá (MT)
  • Curitiba (PR)
  • Florianópolis (SC)
  • Goiânia (GO)
  • João Pessoa (PB)
  • Manaus (AM)
  • Porto Alegre (RS)
  • Recife (PE)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Salvador (BA)
  • São Paulo (SP)

*G1



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