Após atentado na Somália, internautas questionam falta de comoção

Após o pior atentado da História da Somália, em que 300 pessoas morreram, internautas têm usado as redes sociais para manifestar sua consternação diante da falta de comoção e de campanhas na web prestando solidariedade à nação africana. Diversos usuários também estão afirmando que há diferenças de reações depois de ataques em locais turísticos e desses dias que sucedem a tragédia do último sábado.

Até a segunda-feira de manhã, hashtags como #IAmMogadishu ou #PrayForSomalia não configuraram entre os assuntos mais comentários do Twitter, uma rede social que costuma provocar reações imediatas com mensagens de oração e solidariedade quando acontecem situações semelhantes a essa em outros países. No entanto, a ausência de comoção foi percebida por alguns usuários que, agora, questionam por que essa reação ocorreu após o atentado na Somália.

 

A explosão ocorreu em frente ao Safari Hotel, um estabelecimento popular, mas não costuma ser usado por funcionários do governo. Ainda não se sabe se o alvo era, de fato, o hotel. No passado, o Shebab atacou hotéis onde os membros do governo estavam hospedados.

Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado até o momento, mas autoridades locais e especialistas ouvidos pela AFP consideram que os islamistas somalis do Al-Shabab podem estar por trás do ataque. Eles são ligados à Al-Qaeda e costumam cometer atentados suicida em Mogadíscio e em suas imediações.

Os Shebabs querem derrubar o frágil governo central da Somália, apoiado pela comunidade internacional e pelos 22 mil soldados da União Africana. Eles foram expulsos da capital do país em agosto de 2011 e, ao longo dos anos, perderam o controle dos principais bastiões. Mas os rebeldes continuam a controlar as áreas rurais e lançam ataques contra as alianças militares, governamentais e civis, bem como ataques terroristas na vizinha Quênia.

SOMÁLIA PEDE DOAÇÕES DE SANGUE

O ministro da Informação, Abdirahman Omar Osman, disse que o país não tem um banco de sangue e que as limitações de seu sistema de saúde estão prejudicando o atendimento médico. Países como a Turquia e o Catar estão oferecendo assistência médica.

— Estamos pedindo sangue, estamos pedindo assistência para verificar os mortos para que seus familiares tomem conhecimento —, disse Osman à Reuters por telefone de Mogadíscio.

A nação vem sendo assolada por conflitos desde 1991, quando líderes de clãs depuseram um ditador e depois se voltaram uns contra os outros. Um dos países mais pobres da África, a Somália enfrenta uma insegurança alimentar grave e depende de doadores estrangeiros para prover suas instituições e serviços básicos.

Osman disse que os corpos de mais de 100 pessoas enterradas na segunda-feira “estavam irreconhecíveis depois da explosão”, e que espera que outros corpos ainda possam ser identificados.

Médicos turcos — principalmente cirurgiões e especialistas em ferimentos na coluna — chegaram juntamente com o ministro da Saúde da Turquia na segunda-feira.

— Eles estão tratando as pessoas em hospitais de Mogadíscio —, informou o ministro.

O ataque no sábado ocorreu dois dias depois que o ministro da Defesa e o chefe do Exército renunciaram sem que os motivos fossem conhecidos.

O perfil no Twitter @GurmadQaran divulga

PAPA IMPLORA POR ‘CONVERSÃO DOS HOMENS VIOLENTOS’

O papa Francisco implorou, nesta quarta-feira, pela “conversão dos homens violentos” e manifestou sua “dor”, após o atentado de sábado em Mogadíscio, o mais letal da história do país, com pelo menos 276 mortos e 300 feridos.

— Imploro a conversão dos homens violentos e estimulo todos aqueles que, com enormes dificuldades, trabalham pela paz nessa terra martirizada —, comentou o papa Francisco ao fim de sua audiência, nesta quarta-feira, na praça São Pedro.

O pontífice também expressou seus sentimentos diante do episódio:

— Desejo expressar minha dor pela tragédia ocorrida há dias em Mogadíscio, na Somália —, acrescentou o papa Francisco.

*OGlobo



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