Indenizações dos 97 PMs mortos este ano custam quase R$ 5 milhões

Já chega a R$ 4,98 milhões o custo previsto para pagamento de indenizações às famílias de 97 policiais militares mortos este ano no estado. O valor do seguro de vida varia conforme o tipo de crime – se o PM foi morto em serviço ou durante a folga – e pode chegar a R$ 100 mil, independentemente da patente. Mas, até que o benefício seja liberado pela corporação e pela seguradora, os parentes precisam enfrentar muita burocracia e espera.

Em fevereiro, o cabo Thiago Lance, de 31 anos, foi morto numa tentativa de assalto em Cordovil, na Zona Norte. Mesmo grávida, a viúva Lucília Lance reuniu toda a papelada exigida para dar entrada no seguro e, somente em maio, três meses após a morte do marido, conseguiu a autorização para receber o benefício.

O filho do casal já nasceu, mas o dinheiro ainda não foi liberado. Segundo a mãe do policial, Lana Lance, que ajudou a nora nos procedimentos, a Polícia Militar não estipulou prazo para que o valor seja depositado na conta da família.

– Não deram prazo, não falaram nada. Nem telefonam para dar uma satisfação. É muito triste. O apoio que estamos recebendo vem dos colegas de farda do meu filho, que fazem rateio para doar leite e fralda ao meu neto – desabafou Lana, contando que a pensão para o neto também está dependendo de liberação, pois a nora teve que entrar na Justiça para incluir o nome de Thiago no registro de nascimento do bebê.

A situação de Claudineia Martins, viúva do soldado Pedro Ferreira, não é muito diferente. O policial, que era lotado na UPP Turano, na Tijuca, foi baleado perto de casa, em Nova Iguaçu, em setembro do ano passado. Claudineia só conseguiu dar entrada no seguro em março deste ano. Mesmo assim, até agora não recebeu o benefício.

– Quando dei entrada, disseram que o valor seria depositado em até 90 dias, mas isso não aconteceu. Abri conta, reuni todos os documentos, encarei a burocracia, mas até agora não recebi nada – contou, acrescentando que a pensão do filho do casal, de 9 anos, está em dia desde janeiro.

Questionada sobre a situação das famílias, a PM não informou quantos parentes já foram beneficiados este ano. A corporação explicou que o policial recebe um formulário para ser preenchido com as informações, que serão usadas em caso de morte: “Esse formulário é entregue à Diretoria de Assistência Social da PM, que solicita, inclusive, que o policial aponte quem é o beneficiário direto”. Em nota, a PM disse que 60% do valor do benefício são pagos pela corporação e, outros 40%, pela Sompo Seguradora.

Procurada, a seguradora disse que não faria comentários sobre informações confidenciais de seus clientes.

*Globo



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