‘Até hoje eu quero saber de quem eram aqueles 500 kg de cocaína’, questiona Rui

Em meio a críticas à atuação do Judiciário brasileiro, o governador Rui Costa (PT) voltou a comentar a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde o último dia 7 na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Lula foi condenado a mais de 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que envolve o tríplex do Guarujá (SP). “É repugnante ver na sentença do juiz que foi instalado elevador no prédio, aí quando os sem-teto invadem, não tem elevador nenhum”, afirmou, citando o protesto feito pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pela Frente Povo Sem Medo. “Até hoje eu quero saber de quem eram aqueles 500 kg de cocaína. (…) Não tinha elevador no apartamento, não tinha armário de luxo, mas aqueles 500 kg não eram de farinha, eram de cocaína. A gente precisa demonstrar indignação contra essa onda de falso moralismo”, acrescentou. O governador se refere ao caso do “helicoca”, helicóptero apreendido com 450 kg de pasta-base de cocaína, em 2013. O veículo é de propriedade da empresa Limeira Agropecuária, do então deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG). Antes de a aeronave ser apreendida pela PF, o piloto havia pousado para abastecer a 14 quilômetros da pista do município de Cláudio (MG), aeroporto construído em um terreno pertencente à família do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Nem a família Neves nem os Perrella foram implicados no caso. Durante o discurso, Rui também reclamou do “exagero” na determinação das multas impostas ao Executivo. Para ele, essa conduta contribui para tornar o Brasil um país inviável para investidores. “Temos visto o aumento do desemprego e aqueles que têm emprego garantido e salário de R$ 30 mil ou R$ 40 mil não podem impedir a criação de empregos, não podem impedir o Brasil de crescer. Se eu fizer algo errado, tenho que responder, mas se alguém do TCE, TCU fizer, tem que responder também. Por que são isentos?”, questionou o governador, de maneira retórica. As declarações foram feitas durante o lançamento da segunda etapa do projeto Mutirão de Cirurgias Eletivas, que aconteceu na manhã desta terça-feira (24), no Senai Cimatec.

*BN



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