Foto: Alan Santos/PR
“Cara, como você trabalha com aquele maluco?”. A pergunta é feita com frequência a Jorge Oliveira , que comanda a Secretaria-Geral da Presidência da República. Diferentemente dos antecessores, Gustavo Bebianno,hoje rompido com o governo , e Floriano Peixoto, despachado para os Correios , Jorge tem o mais importante para se manter no Palácio do Planalto, a confiança de Jair Bolsonaro .
Seu pai, o capitão do Exército Jorge Francisco, trabalhou com o presidente de 1998 até o ano passado, quando morreu de um infarto. Já Jorge está com a família desde 2003.
Muitas crises são causadas por falas do presidente. O senhor chama a atenção dele sobre isso?
A gente fala muito sobre isso com o presidente, que às vezes ele passa uma imagem de intransigente. Mas é uma pessoa fácil de lidar. Eu deixo passar o momento mais tenso e pergunto, “Baixou?”. Muitos amigos falam: “Cara, como você trabalha com aquele maluco? Deve ser chato pra caramba”. Pelo contrário, a gente morre de rir o dia todo. Ontem estava despachando com ele um assunto seríssimo. Uma pessoa entrou, e ele começou a dar risada, brincar. Ele é muito intenso, acelerado. Eu mesmo, antes de conhecê-lo, tinha receio.
Sua relação com o presidente é mais fácil do que a de outros ministros?
Pelo tempo que temos de convivência, posso compreender melhor uma eventual canelada que ele dê, o momento e a forma de levar certos assuntos.
Isso se aplica ao ministro Moro, que vem sendo “fritado” pelo presidente?
Não é uma particularidade do Moro. Isso inclui todas as pessoas que estão conhecendo o presidente agora. Eu não vejo essa “fritura”.
Fonte O Globo