Na noite de terça-feira (10/04), aconteceu em Santo Antônio de Jesus no auditório do Parati Palace Hotel, o seminário sobre ‘Violência Obstétrica’. O tema não é muito conhecido, mas vivenciado por muitas gestantes. Embora nem todas as mulheres estejam familiarizadas com o assunto, muitas já foram vítimas desse tipo de agressão, que pode ser física ou verbal, tanto durante o parto quanto no pré-natal.
São xingamentos, recusa de atendimento, realização de intervenções e procedimentos médicos não necessários, como exames de toque a todo instante, grandes episiotomias ou cesáreas desnecessárias. Além dos diferentes tipos de abusos sofridos pelas parturientes, um dos assuntos mais abordados foi a falta de informações dos pacientes, exemplo, o direito de ter uma Doula, caso a gestante deseje, ou até mesmo acompanhantes ou filmagem do parto. O evento contou com os palestrantes Advogado Dr. Robert Gomes, a Psicóloga Dra. Emanoela Souza, a Fisioterapeuta Carine Oliveira e o Enfermeiro Cristiano Braga.
A Dr. Carine Oliveira, especialista e treinadora de novas Doulas, explicou a importância de uma Doula para mulheres que estão sendo mãe pela primeira vez. “Doula é a mulher que dar assistência de parto, ela não dar assistência medica, ela dar assistência física e psicológica à mulher…. ela procura posicionar a mulher em uma posição adequada, que fique confortável, usa técnicas analgésicas para alivio de dor e orienta a respiração. Existem alguns sistemas de saúde que não permitem a entrada das Doulas, mas é lei e preciso ser cumprido, caso a paciente deseje ter uma Doula ao seu lado, ela tem esse direito previsto por lei”, concluiu Dr. Carine”.
Já o advogado e organizador do evento, Dr. Robert Gomes, falou sobre o direito do esposo ou algum outro acompanhante estar presente no momento do parto. “Um fato também característico como violência obstétrica é impedir o direito ao acompanhante. Tem uma previsão legal que garante a gestante ter uma acompanhante, que pode ser ou o marido ou uma Doula, ou qualquer outra pessoa que ela achar necessário acompanha-la, desde que não seja menor de idade. Se porventura o acompanhante for impedido de entrar, primeiramente deve se chamar a policia para tentar contornar aquela situação, caso não consiga, depois, deve se fazer uma denuncia no Ministério Público”, explicou Gomes.
Segundo a aluna Julia Amorim, o seminário foi bem esclarecedor. “Durante a palestra eu pude perceber homens com os olhos cheios de lagrimas, agora imagine como nós mulheres não ficamos ao escutar essas barbáries cometidas por muitos médicos. Aqui pude perceber a importância da parturiente está bem informada, pois isso sim faz a diferença, isso vai desde o direito de ter um acompanhante, ter seu parto filmado, até a prevenção de abusos cometidos por muitos médicos imorais”, finalizou a estudante.
Fonte: Tribuna do Recôncavo