A Pequenez do Glorioso Esporte Clube Bahia – por Uberdan Cardoso

Foto: reprodução

 

Sem querer exagerar, mas pior do que ver a Seleção Brasileira ser derrotada é ver o meu Bahia perder.
Sou um torcedor convicto e apaixonado do Esporte Clube BAHIA. Aprendi com meu Pai, ao lado do radinho de pilha a admirar o esquadrão ainda na década de 1970 quando, pela primeira vez, descobri que existia a palavra HEPTA.
O Bahia foi 7 vezes seguidas campeão baiano e em 1988 tive o orgulho de ver o escrete tricolor Campeão Brasileiro. Foi o segundo título nacional do Esporte Clube Bahia que também conseguiu, em 1959, ser campeão no Maracanã, contra o poderoso Santos de Pelé.
Nesses últimos 30 anos, no entanto, tenho presenciado uma derrocada sem precedentes do meu time do coração.
Vi o arquirrival nos aplicar sucessivas goleadas, o time perdurar por 7 anos longe da série A, num calvário perverso nas séries B e C e uma luta hercúlea a cada ano, para se manter na elite do futebol brasileiro.
Temos apemas espasmos de felicidade.
Um gol de Charles ao 52 do segundo tempo, um título baiano a fórceps, uma ascensão para a série A com a ajuda do Oeste, um gol de Raudinei…
E mais nada!
O nosso problema maior é que nos convenceram que éramos grandes e nos enganaram.
O fato de sermos maiores do que o nosso rival baiano não nos engrandece, pelo contrário.nos destrói.
Avançamos na Democratização do clube, depois do caos pós Maracajá (redimido pelo campeonato de 88), mas é triste lembrar que tivemos Petrônio, Pernet Pithon e os Guimarães,
O Esporte Clube Bahia é um patrimônio imaterial e alguém precisa dizer aos desavisados que a sua torcida merece respeito.
Sei que com as dificuldades orçamentários e com o critério de regularidade dos pontos corridos é impossível ganharmos um título do Brasileirão, mas justifica essa vergonha incessante?
Os dias contados na Sulamericana e na Copa do Brasil nos alentam em que mesmo?
Escrevo indignado, como torcedor que vé a mediocridade de uma gestão que demora de decidir sobre que técnico trazer e opta em trazer um que tem como maior gradação no currículo o fato de ter sido o melhor técnico do campeonato goiano de 2012.
Triste saber que nosso Departamento Médico leve tanto tempo para recuperar jogadores com lesões aparentemente simples, como Marco Antonio e Edgar Junio, que tenhamos uma divisão de base que há poucos anos tenha disputado a final da Copa São Paulo de Futebol Jr e não tivessem aproveitado um jogador no time principal. Que Ze Rafael, Tiago, Allione, Régis e tantos outros estejam jogando um futebol desprezível sendo devorados dentro de casa pelo Ceará e em dois jogos contra o modesto Sampaio Correia tenhamos tomado uma Surra tática de um time com orçamento de 100 mil reais perdendo não apenas um título mas também deixando de ganhar dois milhões e meio de reais.
Essa inércia nos constrange, uma letargia da Presidencia que deve aguardar o fechamento da janela para anunciar alguma contratação, dos conselheiros que disputam ego, do comando técnico, do time em campo…
O que temos de melhor é a torcida! Que lota estádio, que paga ingresso caro, que compra camisa e que agora, envergonhada, se submete a uma gozação sem precedentes dos torcedores rivais.
Me pergunto: Onde estarão esses jogadores hoje a noite?
Qual o limite da indignação desse grupo vergonhoso?
Claro que sei que perder uma partida de futebol faz parte do jogo. O que questiono é a naturalização da derrota, das campanhas ruins, do histórico de perdedor…
A copa do mundo está terminando e a agonia do Brasileirão está prestes a voltar. E o que nos resta, torcedores, além dos lampejos de um outro triunfo em casa, são as derrotas do nosso adversário. Essas sim, a maior razão da minha alegria nos últimos tempos.
Ah como somos pequenos…!

UBERDAN CARDOSO
Santo Antônio de Jesus -BA



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