Em contato com nossa redação, os membros de Conselhos de Santo Antônio de Jesus enviaram uma nota que contesta a eleição da mesa diretora. Veja nota abaixo:
Começo esse texto com um trecho do discurso proferido no Senado Federal no ano de 1914: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Ruy Barbosa).
Esse é exatamente o nosso sentimento frente a tudo o que houve num evento que era para ser uma simples eleição da Mesa Diretora do Conselho Municipal de Cultura e Turismo de Santo Antônio de Jesus, no entanto, o que eu, os conselheiros Francisco e Fabrício e outros convidados de fora, dos quais me envergonho até, foi um verdadeiro festival de irregularidades. Um Conselho Municipal de Cultura para ter autonomia, seu presidente e demais membros da direção não devem ter um vínculo empregatício ou de amizade próxima com a Secretária de Cultura, e está deveria se isenta, algo que não aconteceu na eleição. Porém os eleitos ou trabalham ou são amigos da Secretaria de Cultura, pode até não ser ilegal, mas com certeza não é ético, sendo que o Conselho é um órgão fiscalizador.
A chapa proponente foi preparada de forma obscura para que fosse a única, isso fere a democracia e a liberdade de escolha, ainda mais quando houve toda uma articulação de má fé por trás da formação de tal chapa, no intuito de atender a interesses políticos e pessoais dos membros envolvidos e da gestão pública. Assim entendemos que da forma como foi manipulada esta eleição, o resultado será um Conselho que não será atuante em prol da cultura local como toda a comunidade de Santo Antônio de Jesus espera, pois os membros ficam a mercês de quem os colocou naqueles lugares e temos o dever moral de não concordar com uma mesa diretora de conveniência do poder público, em respeito ao povo.
Nossa luta desde o início é por um Conselho Municipal com total autonomia e que possa agir frente a todas as demandas que dizem respeito à nossa Cultura. Queremos somente uma diretoria verdadeiramente atuante. Nesse momento, nós não temos mais interesse na mesa diretora, pois entendemos que a nossa contribuição pode ser até maior do que se tivesse ocupando um cargo de diretoria, mas queremos que as coisas sejam feitas às claras, com total honestidade e transparência, sem segundas ou terceiras intenções e por isso já tratamos de requerer junto à Secretária de Cultura e ao ainda Presidente do Conselho, a anulação da suposta eleição e a convocação de uma nova, corrigindo todas as irregularidades que aconteceram nessa e que em nossa concepção e na opinião de muitas pessoas, inviabilizam a mesma.
Nunca foi por vaidade, estamos neste Conselho Municipal, muitas vezes deixamos nossas casas à noite para as reuniões mensais, não ganhamos absolutamente nenhum Real e nenhuma vantagem por fazer parte do Conselho ou trabalhar por ele. Nossa alegria é ver os avanços que resultem de nossas cobranças ou de nossas sugestões ao poder público, de maneira imparcial e independente como deveriam atuar todos os Conselhos deste município.
Adão Andrade (Conselheiro Municipal de Literatura e 1º Secretário)
Francisco do Carmo (Conselheiro Municipal da Área Empresarial)
Fabrício Ferreira (Conselheiro Municipal de Música)
