Suicídio: um tema delicado e necessário – por Gilnês Sampaio

O suicídio é um grande problema de saúde pública e muito pouco ainda é feito no sentido da prevenção.
O Psiquiatra José Manoel Bertolote define o suicídio como um desejo consciente de morrer, seguido de um ato voluntário, planejado e executado.

Temos duas formas de suicídio: direto e indireto.

O suicídio direto se dá por arma de fogo, arma branca, enforcamento, acidente premeditado, envenenamento.
O suicídio indireto acontece a todo instante no trânsito, no uso de substância química, na alimentação.
Várias são as causas para tamanha agressão contra a própria vida.
De uma forma generalizada, podemos citar como possíveis causas: a doença mental, abuso de drogas, perdas e fracassos, intolerância às frustrações e privações, ideologias religiosas, fatores hereditários, padrões suicidas dentro da família, conflito externo ou interno, complexo de inferioridade, baixa autoestima, complexo de rejeição e abandono, não aceitação da enfermidade ou incapacidade.
Trazendo para a individualidade, as causas seriam pessoais, portanto, cada suicida em potencial vai justificar à sua maneira.

A vida perde o sentido. Por que?

Segundo Olgária Matos, na contemporaneidade a vida não é mais considerada um valor, perdeu o seu caráter sagrado. Tornou-se descartável. O consumismo promete gratificação, e ao mesmo tempo decepciona.
O suicídio parece ser a última cartada contra a dor e o sofrimento.
Será que a morte é o passaporte para a felicidade?
A Psicóloga Denise Ramos vê o suicídio como um grito de socorro, por um lado, por outro, como uma afirmação de poder: ‘se não posso mudar nada, acabo com a minha vida como e quando quero’. Em sua fantasia ele se iguala a Deus.
Tem uma terceira forma de suicídio que é muito pouco discutida: o suicídio psíquico.
Quantos não se matam quando abrem mão de seus sonhos em prol de alguém ou de uma causa?
Quantos não morrem quando desrespeitam suas reais necessidades em favor de uma imagem?
Será que não matei meu EU quando não me realizei só para realizar o desejo do outro?
Será que eu não me suicidei quando esqueci de me amar esperando as migalhas de amor do outro?
Vejo que a grande causa do suicídio está na dificuldade do indivíduo de entrar em contato consigo mesmo. O autoconhecimento dá trabalho, dói. Exige coragem e persistência.
Em contrapartida o autoconhecimento me dá autonomia, liberdade, integridade, realização pessoal.
Abra seus ouvidos internos. Escute e compreenda a sua alma.
Encontre a sua essência.
Baixe a arma, derrube o muro que te separa de ti mesmo.
Entalhe o seu EU a cada dia.
VIVA ao invés de existir.
Boa sorte no encontro consigo mesmo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gilnes Sampaio
Psicanalista Clínica Didata



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