Foto: Marcelo Brandt/G1
Muitos pais se desesperam com seus filhos adolescentes que passam o dia – e/ou boa parte da noite- com os olhos grudados em uma tela eletrônica, os dedos rápidos correndo pelas teclas ou botões, absorvidos em uma dimensão virtual, jogando sem querer pensar em parar e sem ouvir os insistentes pedidos ou apelos para que parem.
Pois é. Esse comportamento tem o nome em inglês de “Game Disorder” e acaba de ser incluído, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) , na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID), como um problema de saúde mental.
Os jogos eletrônicos são feitos com o intuito de promover momentos de descontração e laser. Há jogos para todas as idades, geralmente com este objetivo. No entanto, há os que exageram e passam muito tempo na frente das telas.
Como saber quais são os limites toleráveis? Como identificar os que ultrapassam estes limites e podem ser classificados e considerados com “game disorder”?
Não há exames laboratoriais ou de imagem que apontem quais crianças, adolescentes ou adultos são portadores desta condição.
São sintomas desta condição:
- Jogar de forma persistente, com um padrão de recorrência e intensidade de tempo que interferem negativamente na execução de atividades diárias como ir à escola, dormir, estudar ou socializar-se com a família ou amigos, por exemplo.
- Este padrão de comportamento deve ser severo o suficiente para comprometer os relacionamentos pessoais, sociais, familiares, educacionais ou ocupacionais.
- A duração destes “sinais” deve ser evidente por pelo menos 12 meses.
Para que uma pessoa seja “diagnosticada” com “game disorder” ou “obsessão por games” é necessário que cumpra todos os critérios acima.
Por isso, a própria OMS acredita que, no mundo, apenas algo em torno de 3% dos que jogam com frequência têm, de fato, obsessão por games.
Identificar e ajudar pessoas com “game disorder” ou “obsessão por games” é importante e necessário, posto que este comportamento pode comprometer a saúde mental não só das pessoas acometidas, mas também de suas famílias e/ou núcleos sociais.
A identificação destas pessoas permite que abordagens terapêuticas especializadas sejam indicadas para promover mais saúde com qualidade de vida para todos os envolvidos.
Equilíbrio. Esta é a palavra mágica que deve nos acompanhar pela vida.