Credenciados ao Planserv devem interromper atendimentos após encerramento de cotas

Os hospitais, clínicas e laboratórios credenciados à rede do Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos da Bahia (Planserv) devem suspender os atendimentos quando o limite orçamentário estabelecido pelo plano for atingido. A decisão vem após um acúmulo de mais de R$ 100 milhões não repassados pelo Planserv às instituições ao longo do último ano e deve atingir unidades de todo o estado.

Em 2017, o plano anunciou medidas relacionadas ao teto de gastos. Anteriormente, em caso de necessidade dos pacientes, o Planserv autorizava procedimento, mesmo além do limite contratado. No entanto, com a alteração, as unidades de saúde foram alertadas que o excedente deste limite não seria mais pago de imediato.

“Todas as clínicas e hospitais teriam um valor máximo para faturar por mês, mas disseram que não nos preocupássemos porque isso seria temporário e seria resolvido assim que houvesse uma folga no orçamento. Não resolveram e, a cada mês, estamos tendo cortes nos valores. Algumas unidades já não aguentam mais”, afirmou um médico, que preferiu não se identificar, em contato com o Bahia Notícias.

O profissional ressaltou que essa não é uma medida de retaliação, mas o cumprimento, na íntegra, do que foi estabelecido pelo Planserv. “Todos (hospitais, clínicas e laboratórios) estão avisando que, quando bater o teto, vão parar. Por volta do dia 20 do mês, já não vai ter mais ninguém atendendo”.

O Planserv é o plano de saúde com maior número de beneficiários no estado. Com mais de 518 mil usuários, atende a servidores na capital e no interior (quase 70% dos trabalhadores da Bahia), além de seus dependentes/agregados.

Em alguns hospitais, segundo o médico, o valor acumulado, desde a determinação, já se equipara ao recurso repassado mensalmente para a unidade. “Imagine que, se você estourar o teto em 10% todos os meses, em 10 meses você tem uma fatura. E nós não temos ajustes dos procedimentos há mais de cinco anos”, acrescentou. No total, ele afirma que os valores não repassados pelo plano já somam mais de R$ 100 milhões.

*BN



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