Quantas pessoas mais precisarão morrer para que autoridades e sociedade tomem consciência do equivoco da guerra de espadas realizada todos os anos em Cruz das Almas? Será que é difícil os representantes do gênero homo sapiens entenderem que perder vidas não é cultura? Que em um mundo tão carente de paz, caracteriza uma barbárie e um contra-senso a promoção de algo como “guerra de espadas”? É de causar perplexidade o número de mais de 200 (duzentas) pessoas feridas nesta “guerra”, muitas delas que não estavam participando do espírito belicoso, e foram vítimas inocentes. Se soltar balões é crime, ferir e matar com espadas fumegantes não é? Onde estão os poderes públicos? Quantas vidas serão necessárias para apagar as chamas e limalhas incandescentes (e indecentes), que, literalmente, invadem os lares e até mesmo hospitais, como aconteceu neste ano? São questões que nos levam a pensar: até quando continuará o espetáculo grotesco? Que Deus tenha misericórdia dos homens, pois eles não tem por si nem por seus semelhantes.
Ten. Carlos Vaz
Sobre a guerra de espadas e a omissão das autoridades
Nós temos apontado falhas, omissões e comportamentos graves e nocivos desde que chegamos aqui nesta região, em agosto do ano anterior. E o que temos observado é que aos poucos fomos nos tornando uma presença inoportuna, ou melhor, DESAGRADÁVEL para todos aqueles preocupados com milhares de questões, mas não a grande questão chamada HOMEM em sua plena e absoluta dignidade. Uma região que conheceu uma tragédia como a ocorrida a dez anos atrás não era para sequer promover comércio (mesmo legal) de fogos, quanto mais guerra de espadas. A guerra, amigo Vaz, que temos que travar, é contra tudo o que oprime a nossa dignidade, nossa liberdade e a democracia que nos rege. Tenho dito que muita fadiga se abate sobre mim, por ver que nossos apelos não tem surtido qualquer efeito.
Tenente BM Marcos Magno, Bombeiros