A Janela

Defronte do meu modesto lar, uma janela eternamente fechada!… Por quê?!… Por quê?!… Naturalmente ninguém morava!… Morava sim: eu via luzes, ouvia ruídos e através de um vidro fosco, um perfil, um perfil de mulher!… Aí, passei a interessar-me pela aquela janela constantemente fechada!… À noite, observava a janela. Nada!… Nada!… Pela manhã repetia a mesma coisa, na esperança de contemplar definitivamente aquela mulher!… Nada!… Nada!… Às vezes sentia ódio, revolta, náusea e até xingava o infeliz que inventou o vidro fosco…Mas, não adiantava mesmo, porque ali estava ele complicando tudo!… Um dia, tudo isso se passou: quando não menos esperava; pulei da cama, já era outro dia. Fiz alguns movimentos exercitando-me, enquanto o meu toca-fitas tocava uma música qualquer!… A janela se abriu e eu contemplei aquela mulher!… Desfeita do seu beibidol , nua completamente, assim ela abriu a sua janela tranquilamente!… Eu, recebi aquela maviosa aparição, com um assobio de admiração!… Ela, antes mesmo de fechar a sua janela levemente, faz para mim uma careta com a língua e sorrir um sorriso contente!… Por alguns dias aquela mulher deixou na retina dos meus olhos: a imagem, a paisagem, de um corpo perfeito e sedutor!… Hoje e agora, eu contemplo com ela, a minha janela, eternamente fechada!…

Joscar



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