Santantoniense preso pela Policia Federal por fraude em licitações públicas

FOTO/Reprodução TV Gazeta

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A Polícia Federal (PF) amanheceu nesta quinta-feira (15) em Santa Leopoldina, interior do Espírito Santo, e desmontou uma quadrilha que desviava dinheiro público, por meio de fraudes em licitações. Ao todo, onze pessoas estão na cadeia. O esquema é investigado há mais de três meses e, com exclusividade, a TV GAZETA teve acesso ao relatório dos investigadores.

Além de Santa Leopoldina, há indícios de que a quadrilha também agia em Cachoeiro, Presidente Kennedy, Viana e Serra.
O prefeito de Santa Leopoldina disse que já afastou um servidor e exonerou outros dois funcionários, acusados de participação no esquema. Em nota, as prefeituras de Presidente Kennedy, Viana, Serra e Cachoeiro garantiram que todas as licitações públicas são realizadas de acordo com a lei.

O juiz que determinou as prisões preventivas escreveu que esses crimes praticados não possuem cenas chocantes, como nos casos de homicídio. Mas sangram a administração pública por meio de desvios de verbas da educação, segurança e saúde.

Às 5h30, a polícia já estava na cidade de Santa Leopoldina. O secretário de administração do município, Paulo Calot, foi preso em casa. Ele acompanhou os policiais em uma revista na prefeitura.

Os policiais também entraram na casa onde mora o prefeito Ronaldo Prudêncio. O irmão dele, Aldo Prudêncio, foi preso em Vila Velha. Também no município, a polícia prendeu Paulo Cesar Santana Andrade. Ao todo foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 11 pessoas foram presas. Os documentos foram levados para a sede da Polícia Federal.

Entre os presos estão funcionários públicos e empresários. De acordo com a Polícia Federal, eles fazem parte de uma organização criminosa. Essa organização frauda licitações em prefeituras do Espírito Santo.

De acordo com o relatório da polícia, no centro do esquema estão Aldo Martins Prudêncio, Dennys Dazzi Guallandi e Paulo Cesar Santana Andrade. A polícia afirma que há uma sociedade velada  entre eles. Os envolvidos nas fraudes fariam uma combinação e direcionavam o resultado das concorrências. Na maioria das vezes, tentavam fechar contratos de emergência com as prefeituras.

Em uma ligação gravada com autorização da Justiça, Aldo conversa com uma pessoa que se diz admirada com a quantidade de contratos de emergência que ele consegue fechar. E diz, na gravação, “to precisando saber como você faz para ganhar sempre um ‘emergencializinho'”.

O relatório da polícia aponta uma concorrência realizada no carnaval de 2009 como exemplo da fraude. São apresentadas três propostas de empresas diferentes e nas três a palavra acessórios não aparece escrito com ‘c’, mas com dois ‘s’. O contrato foi feito sem licitação e vencido por uma empresa que apareceu depois e, no contrato com a prefeitura, novamente aparece o mesmo erro palavra acessório.

Aldo Martins Prudêncio, apontado como um dos líderes do esquema, é irmão do prefeito de Santa Leopoldina Ronaldo Prudêncio. Aldo, segundo a polícia, usa influência política para facilitar as contratações e promover fraudes. Em outra ligação, a polícia afirma que Aldo cita o nome do prefeito. Paulo diz: “pede para o seu irmão ronaldo para atender”. Aldo responde:  “vou dar um esporro nele agora”.

Em outra conversa, segundo a polícia, Paulo Andrade discute com a ex-mulher. Ele diz que vai tomar um caminhão e ela ameça. “Tome o caminhão que eu te denuncio. Vou falar tudo o que você fez. Vou abrir a boca. Toma o caminhão”, fala na gravação.

 Veja como o esquema funcionava na reportagem.Clique na foto



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