Em décadas passadas, o município de Guarujá, no litoral paulista, era o sonho de consumo de muitos paulistanos e chegou a ser apelidado de “Pérola do Atlântico” devido a suas belezas naturais. Com o passar dos anos, porém, a cidade acabou sendo vítima de um turismo de massa prejudicial e perdeu muito do charme.
Um novo chamariz para o Guarujá surgiu nos últimos meses com a informação do Ministério Público de que o ex-presidente Lula seria dono de um tríplex no Condomínio Solaris, na Praia de Astúrias. As investigações do MP e da Lava Jato colocaram o nome da cidade e do imóvel no notíciário diário e o Solaris virou ponto turístico, servindo como pano de fundo para selfies de turistas e moradores.
A fama nacional do condomínio, porém, não agrada parte dos moradores. O comerciante Edison Gomes de Oliveira disse ao programa “Fantástico”, da TV Globo, que “não tem satisfação de vir aqui e passear pela praia, de entrar e sair do prédio”. “As pessoas que passam na rua olham com uma certa indiferença, como se eu não fosse uma pessoa normal”, lamenta.
O contador Fortunato Lima afirmou ao programa que acompanhou as manifestações em frente ao prédio lá de cima. “Eu não quis ir descer, não quis me expor”. Já a corretora Sonia Maria Lucena revelou que, quando disse a um cliente que tinha um apartamento no Solaris, ele respondeu: “Não quero esse prédio, me sinto mal”.
Em nota, o Instituto Lula afirma que “a família do ex-presidnete Lula lamenta que notícias e ações sem fundamento de determinados agentes públicos tenham causado transtornos aos verdadeiros condôminos do Edifício Solaris”.
