Moradores de Santo Amaro denunciam aglomerações durante velórios e sepultamentos

Moradores que vivem ao redor do Cemitério Campo de Caridade de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, andam preocupados com as aglomerações que se formam nos sepultamentos e velórios no espaço. De acordo com relatos deles, dezenas de parentes e amigos dos mortos têm se reunido durante as cerimônias fúnebres, passando por cima da orientação da prefeitura municipal de evitar o máximo possível de pessoas durante os enterros.

Segundo uma moradora, que preferiu não identificar, cerimônias com aglomeração têm sido comuns, inclusive naqueles de pacientes que morreram com complicações causadas pelo novo coronavírus.

A prefeitura da cidade afirmou, por meio de nota, que o espaço é gerido pela Santa Casa de Misericórdia, e que, decretos municipais foram publicados para regulamentar o funcionamento de diversos segmentos, incluindo velórios e enterros, com base em diretrizes sanitárias.

“Em 30 de abril, foi publicado o decreto n.120/2020, que determina restrições para as cerimônias de enterro, nas quais somente os familiares podem participar, sem formar aglomerações e fazendo o uso de máscaras. A restrição se aplica a todos os óbitos, e não somente aos que sejam ocasionados pelo coronavírus. O decreto recomenda ainda que as funerárias sigam o PROTOCOLO COVID19 SERVIÇO FUNERÁRIO, expedido pelo Sindicato das Empresas Funerárias do Estado da Bahia. Tais regulamentações ainda permanecem em vigor, conforme decreto n.177/2020”, informou.

A prefeitura destacou também que, após publicação do decreto, a coordenação da Vigilância em Saúde do município orientou funerárias e a Mesa Diretora da Santa Casa de Misericórdia sobre as restrições e medidas de prevenção.

“É importante salientar que todas as medidas têm sido adotas para prevenção do coronavírus no município, porém a população e os seguimentos precisam colaborar cumprindo as determinações”, completou a prefeitura.

Imagens

Em imagens enviadas é possível ver um sepultamento com a presença de mais de 20 pessoas. Elas estão com máscaras, mas lado a lado, numa distância de menos de um metro, o que é recomendado pelas autoridades de saúde para evitar a contaminação.

“Ocorrem normalmente, inclusive durante a noite, e eles [gestão] não estão controlando a quantidade de pessoas. Sem falar na higienização do local que não está sendo feita entre um velório e outro. Minha casa fica próxima e, da janela, vejo que entra um [corpo] e sai outro e não é feita a higienização do ambiente. Não há um controle para ter um número de pessoas limitado. Teve um caso de um paciente que morreu de Covid-19 e ficou a noite inteira sendo velado”, contou a mulher.

Ela afirmou também que já entrou em contato com a prefeitura por meio de um canal de comunicação de denúncias. Em uma das mensagens, que a reportagem teve acesso, a moradora denuncia o caso. O atendente informa que vai mandar um equipe de fiscalização e vigilância – o que não aconteceu, segundo a versão da denunciante.

Recomendação

De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, apenas estabelecido para falecidos devido à Covid-19, os corpos das vítimas podem ser enterrados ou cremados, mas os velórios e funerais de pacientes confirmados ou suspeitos da doença, que juntem muitas pessoas em um ambiente fechado, não são recomendados. Estado e muncípios, no entanto, possuem autonomia para estabelecer suas próprias medidas contra à doença.
Bnews



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