Documentos comprovam danos ambientais causados pela Barragem Pedra do Cavalo

As Defensorias Públicas da União e da Bahia tiveram acesso a documentos que mostram danos ambientais causados pela ação da  Usina Hidroelétrica de Pedra do Cavalo, gerida pela Votorantim Energia.

De acordo com pareceres técnicos do Instituto Chico Mendes (ICMBio), a construção da Barragem de Pedra do Cavalo, em 1986, e o aproveitamento energético com a usina hidrelétrica, a partir de 2005, modificaram completamente o regime hidrológico do Rio Paraguaçu, causando impactos socioambientais nas áreas da Reserva Extrativista Marinha Baía de Iguape, criada em 2000 a partir de novas políticas ambientais para a exploração autossustentável da região.

Entre os prejuízos causados ao ecossistema, os defensores apontam problemas na alteração da salinidade da água; a diminuição de espécies de peixes e mariscos; o desaparecimento de extensas faixas de manguezais; redução da capacidade de depuração de poluentes originários de afluentes urbanos, o que causa forte odor na água, além de doenças como micose; assoreamento do rio, dificultando a navegação e o agravamento da situação econômica de milhares de famílias da região que tem na pesca o único meio de sustento.

Ainda segundo os pareceres técnicos do ICMBio, a operação da hidrelétrica deveria ser condicionada a uma série de ações, como elaboração de novo hidrograma para vazão ecológica, monitoramento dos impactos ambientais, adequação da planta e motorização da usina e comunicação entre usina e comunidades tradicionais.

A Barragem Pedra do Cavalo fica no leito no Rio Paraguaçu, próxima aos municípios de Cachoeira e São Félix e é um importante sistema de abastecimento de água de Salvador e região. A área também é habitada por centenas de comunidades tradicionais e pesqueiras.

*Bnews



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