Preso em operação que afastou Witzel estaria por trás de OS com sede em Mutuípe

Preso na última sexta-feira (28) em operação paralela à que culminou com o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ex-prefeito de Volta Redonda, no interior do RJ, Gothardo Lopes Netto, estaria por trás como “sócio oculto” da Associação de Proteção à Maternidade e a Infância de Mutuípe (Apmim), organização social vinda do Vale do Jiquiriçá, no interior da Bahia. De acordo com o jornal O Globo, a informação foi dita em delação premiada do ex-secretário de Saúde do estado, Edmar Santos.

“A organização criminosa direcionou, mediante promessa e/ou pagamento de propina, contratos de gestão de dois hospitais para Organizações Sociais da Saúde (OSSs): o Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda/RJ, e o Hospital Dona Lindu, em Paraíba do Sul/RJ”, afirma a denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

A Apmim opera o Hospital Regional Zilda Arns, em Volta Redonda. O governo do Rio lançou neste ano um edital, com dispensa de licitação, para que os leitos da unidade hospitalar fossem expandidos. O intuito era tornar o hospital referência no tratamento a pessoas infectadas pela Covid-19.

A associação, que seria liderada por Gothardo, foi selecionada pelo valor de R$ 58 milhões, num contrato de seis meses – este vínculo é questionado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).

De acordo com o jornal Extra, em matéria veiculada em abril, a Corte de Contas fluminense decidiu suspender contratos firmados entre a Secretária de Estado de Saúde do RJ e Organizações Sociais que fariam a operação dos hospitais Anchieta e Zilda Arns.

Segundo o TCE, foram encontrados “fortes indícios da existência de irregularidade”, no processo de seleção das OSs. Por conta disto, após três meses sem receber os repasses, em junho a Apmim decidiu parar de receber na unidade hospitalar pacientes infectados com o novo coronavírus.

ENVOLVIMENTO DE WITZEL
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o governador do Rio tem “participação ativa no conhecimento e comando das contratações com as empresas investigadas”.

A acusação leva em consideração pagamentos feitos pela empresa de Gothardo ao escritório da primeira-dama Helena Witzel.

As investigações apontam que , o Hospital Hinja, que é de propriedade de Gothardo, teria feito depósitos de mais de R$ 550 mil nas contas do escritório de advocacia da esposa de Witzel no período de agosto de 2019 e maio de 2020. A PGR crê que os recursos tem relação com crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.

Após ser detido, o ex-prefeito de Volta Redonda passou mal e precisou ser hospitalizado justamente na unidade hospitalar da qual ele é proprietário, e onde ele segue internado, de acordo com o G1. A defesa de Gothardo disse, em nota, desconher as razões e fundamentos legais que motivaram a decisão da decretação da medida prisional e que não possui meios para apresentar maiores esclarecimentos no momento.

Além de Gothardo, foram presos o Pastor Everaldo, presidente do PSC – partido de Wiztel e o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico. Lucas Tristão.

Também houve mandado de busca e apreensão contra Helena Witzel, o vice-governador, Cláudio Castro, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT) e o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) Marcos Pinto da Cruz. A PGR chegou a pedir também a prisão de Wilson Witzel. No entanto,  o ministro Benedito Gonçalves, do STJ, negou.

Fonte: BN



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