Prefeito de Olindina pega covid-19 e substitutos recusam ocupar cargo

Ser prefeito é, normalmente, ocupar um dos cargos políticos mais almejados por aqueles que querem estar no topo do Executivo municipal. Só que, na cidade de Olindina, que tem cerca de 29 mil habitantes e fica no nordeste da Bahia, ninguém quer sentar na cadeira. Um impasse político paira no município após o prefeito Vanderlei Caldas (PP) ter sido infectado pelo novo coronavírus.

No dia 21 de agosto, ele foi transferido para Salvador, onde ficou entubado por 8 dias na UTI do Hospital São Rafael, e não há previsão de alta, apesar de não mais precisar de respiradores, segundo o deputado estadual baiano Aderbal Caldas, que é irmão do prefeito. Enquanto isso, Olindina está nas mãos do povo, sem gestor municipal, porque todos na linha sucessória não querem assumir o cargo, pois ficariam inelegíveis para as próximas eleições, já que são pré-candidatos a vereador.

Formalmente, o prefeito só foi licenciado do cargo na última sexta (4), após a Câmara de Vereadores aprovar a solicitação, por unanimidade, mediante um relatório médico. Na prática, a cidade já estava sem prefeito bem antes disso, já que Caldas está no São Rafael há quase três semanas. Contudo, ele cumpriu o prazo legal de 15 dias para oficializar seu afastamento.

O grande problema é quem assumirá essa função até que o estado de saúde dele melhore. Como rege a Lei Orgânica do Município, que discorre sobre essas particularidades de sucessão, o próximo deveria ser o vice-prefeito, Carlos Ubaldino Filho – mais conhecido como Carlinhos. Porém, Carlinhos tem outras pretensões e quer ser candidato a vereador novamente. Pela lei eleitoral, aqueles que ocuparam cargos na administração ou representação pública seis meses antes do pleito não podem ser candidatos.

Carlinhos, precavido, inclusive já entregou um atestado médico ao legislativo alegando que está com “sintomas gripais”, portanto, estaria impossibilitado de exercer o cargo e pediu um afastamento de 15 dias, como informou o vereador Júnior de Morgan. O segundo a assumir a cadeira de prefeito seria o presidente da Câmara de Vereadores, Albérico Ferreira dos Reis. Já terceira possibilidade seria o vice-presidente da Câmara, o vereador José Dantas, ou Bezinho, como é conhecido. Porém os dois também não querem ocupar o cargo, pois desejam concorrer como vereadores por mais um mandato – ou até mais.

Como a lei municipal não discorre sobre os outros sucessores, os edis tentaram propor uma solução numa reunião informal, que fizeram na noite de quarta (9). Porém, não houve consenso. “Como a Lei Orgânica do Município é omissa, basta a Câmara de Vereadores dar a posse temporária à pessoa que tiver essa competência”, explica o advogado eleitoral Jaime Barreiros, que é analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). O advogado informou ainda que os três estão no direito de recusar a assumir o cargo.

Fonte: Correio



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