‘Rasgaram uma página dos sonhos deles’, diz mulher após ter celular roubado; filhos ficaram sem estudar

Vanessa Henrique, de 33 anos, que trabalha como passadeira de roupas, teve um celular roubado, em Salvador, quando andava na rua com a filha. O aparelho era responsável por levar os estudos a três filhos da baiana.

Desempregada, a mãe de Enzo Felipe, Louise Gabriele, Aneliza e Bryan Davi, decidiu montar uma “empresa” de passar roupas para criar os quatro filhos. O serviço garante que a família consiga se alimentar e pagar as contas.

“São a minha vida e é por isso que estou aqui, trabalhando, empreendendo, buscando e infelizmente tivemos esse sonho um pouco retardado nesse momento”, disse Vanessa.

Agora, a passadeira de roupas decidiu empreender na área em que as avós dela atuavam.

“Estou tentando empreender na minha área, que é um resgate ancestral do que eu faço, do que eu trabalho, que é uma arte, que já vem de minha avó, em Nazaré das Farinhas, e de minha avó, aqui em Salvador, ali no Morro do Gavazza”.

Vanessa Henrique morou três anos na cidade de Parma, na Itália, onde trabalhou como vendedora. Retornou para Salvador há oito anos e mora de aluguel no Engenho Velho da Federação com os filhos.

Na capital baiana, ela já trabalhou como vendedora em shoppings e como recepcionista no aeroporto, mas ficou desempregada há três anos.

O assalto aconteceu na noite da última terça-feira (17). Vanessa e Louise Gabriele estavam perto de casa, quando foram assaltadas por dois homens em uma moto.

Vanessa Henrique ficou desempregada, mesmo com 18 cursos de qualificação que já fez no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), de garçonete à secretária.

Em fevereiro, sem emprego fixo, a passadeira encarou o desafio de trabalhar sete dias no circuito Barra-Ondina, para vender bebidas durante o carnaval, e assim garantir o pagamento do aluguel da casa onde vive, nos meses seguintes.

A passadeira trabalhou como ambulante no carnaval, pela primeira vez, quando tinha 17 anos, e foi para ajudar a mãe, que sempre trabalhou como vendedora na folia.

A falta do celular tem deixado as crianças impossibilitadas de estudar. Os dois filhos mais velhos de Vanessa, Enzo e Gabriele, de 15 e 12 anos, conseguiram uma bolsa de estudos em um colégio particular de Salvador que, durante a pandemia, passou a dar aulas em ensino remoto.

Enzo, inclusive, aprendeu japonês sozinho, com o celular emprestado pelo vizinho, após o monitor do computador quebrar após uma queda. As pessoas que quiserem ajudar Vanessa Henrique devem ligar para o número dela: (71) 98718-6000.

Fonte: G1



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