Salvador: Família denuncia morte de bebê após mulher esperar parto por mais de 24h

Foto: reprodução/BATV

A família de uma grávida de Salvador denuncia a morte de bebê, após a mulher esperar pelo parto por mais de 24h. O caso ocorreu na maternidade na Albert Sabin, no bairro de Cajazeiras, na capital baiana.

Eliel Miranda, marido da grávida e pai do bebê que morreu, relatou o caso e disse que a família não sabia o que fazer porque os médicos informaram que a mulher não estava na hora de ter o bebê, no entanto, ela sofria com dores.

“O parto dela deveria ser cesáreo. Nós temos a comprovação dos pré-natais que fizemos, toda a documentação, guia do local onde ela fez o pré-natal até o final que indicava que ela [esposa] já poderia ter a criança, mas elas [atendentes] continuam dizendo que a criança vai nascer prematura”, disse Eliel.

A situação de Adriana e Eliel foi acompanhada pela equipe da TV Bahia, desde a manhã de sexta-feira (2). A mulher dele estava prestes a ter a filha e contou para a equipe de reportagem, antes de entrar para o atendimento, que essa teria sido a primeira vez que enfrentou dificuldades para atendimento.

“Quando a gente chega, eles não avisam na recepção que não tem vaga. Eles acolhem a todos, passa para a triagem, a pessoa pensa que vai ser atendida e quando chega lá, obstetra que é bom, nada”, disse Adriana antes do bebê morrer.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que não comenta informações de pacientes, mesmo aqueles que morreram, em cumprimento a uma determinação do Conselho Federal de Medicina.

Sobre a demora no atendimento, a secretaria informou que como não existem maternidades na rede municipal, toda a demanda da capital é atendida pelas unidades estaduais.

Outras denuncias

 

Durante a madrugada de sexta-feira, pacientes fizeram vídeos denunciando a falta de maca para as mulheres serem examinadas. Algumas dormiram nos bancos do hospital em uma espera de mais de 24 horas.

Uma jovem que está à espera do primeiro filho contou que também esperou muito por atendimento.

“Não tinha precisão para atender e ainda tem falta de leitos”, disse a jovem Tainá, que chegou a ser atendida, mas foi liberada para voltar para casa.

O marido de Tainá conta levou a mulher ao hospital na quinta- feira (1º) e o atendimento demorou. Segundo ele, depois de atendida mesmo com a informação que tinha uma gravidez de risco, ela foi liberada. Passando mal, ela teve que ser deitada pelo marido no chão , do lado de fora da maternidade.

“Todos os protocolos do pré-natal ela fez certinho. Só que na hora que ela passou pela triagem, a médica disse que não precisava. Ela [esposa] começou a passal mal, aí quando chegou outra médica, na mudança de plantão, viu que ela não estava aguentando [a dor] e levou ela para a sala de parto, a criança morreu e está aí dentro e minha esposa correu risco de vida também”, disse Iuri Santos.

Outras duas denúncias de familiares de pacientes apontam mortes de bebês.

“Teve uma mãe hoje que perdeu um filho ainda na barriga. Até quando?”, questiona Edna Miranda, tia de uma grávida.

*G1/BA


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