Caminhoneiros dizem que congelamento do ICMS não resolve e mantém greve

 

Caminhoneiros dizem que congelamento do ICMS não resolve e mantém greve
Foto: Thomaz Silva/Agência Brasil

O anúncio do acordo de congelamento do (ICMS) Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de combustíveis por 90 dias, feito pelos governos estaduais, não convenceu os caminhoneiros, que mantiveram a greve prevista para a próxima segunda-feira, 1°.

As lideranças se reuniram e criticaram a decisão, que segundo elas não resolve o problema na alta dos combustíveis.

“Congela-se o ICMS, e o PPI (Preço de Paridade de Importação) continua. Significa perda de arrecadação para os estados e lucros para os acionistas [da Petrobras]”, disse Edvan Ferreira, uma liderança do Piauí.

O PPI é a política de preços da Petrobras, que tabela o preço dos combustíveis de acordo com as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional. Quando os dois sobem, os preços também sobem. O diesel já subiu 65,3% nas refinarias só neste ano, e a gasolina, 73,4%.

“[O congelamento] É uma medida paliativa, não vai resolver o problema. Os estados também foram beneficiados –e muito– com esses aumentos dos combustíveis. Está na hora de rever a tributação. Mas se a Petrobras não mudar [a política de preços], não irá surtir efeito”, acrescenta Ferreira.

Marconi França, líder dos caminhoneiros no Recife, em Pernambuco, concorda que o acordo de congelamento do ICMS não vai surtir efeito no bolso dos trabalhadores e que é somente uma forma do governo “passar mel na boca da categoria”.

“Isso é governo querendo passar mel na boca da categoria. Congela por 90 dias e, depois, eles aumentam o que ficou congelado. Idiota é quem acredita nessas promessas de governo”, dispara.

Os caminhoneiros defendem que a política implantada no governo Michel Temer (MDB) seja revista. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) indica que a inflação dos últimos 12 meses para motoristas no Brasil chegou a 18,46%, o maior valor para a categoria desde 2000.

O Governo Federal cogitou um auxílio-diesel de R$ 400 para 750 mil caminhoneiros autônomos, mas o valor foi rejeitado pela categoria, que viu como uma manobra do ministro Tarcísio Freitas para não realizar mudanças que reflitam a longo prazo.

“O governo federal chegou a cogitar um auxílio-diesel de R$ 400 para 750 mil caminhoneiros autônomos, mas a reação dos motoristas foi negativa. “Foi visto como uma ofensa, e todos sabemos que nem isso o ministro [da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas] seria capaz de cumprir. Ninguém está querendo assistencialismo. Ou ele muda a PPI ou cria um fundo de estabilização de preços”, explica Ferreira



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