Após assassinado de Pataxó, populares reagiram destruindo parte de um imóvel localizado na comunidade indígena Ponta Grande

Foto: reprodução

Populares destruíram, nesta segunda-feira (14), parte de um imóvel localizado na comunidade indígena Ponta Grande, em Porto Seguro. A revolta é resultado de um crime ocorrido na noite do domingo (13), quando o indígena Vítor Braz de Souza, 22 anos, da etnia Pataxó, foi assassinado com um tiro no pescoço. Vitor foi até o local reclamar do volume do som.

Vitor vivia na comunidade com sua esposa e dois filhos, um deles de apenas um mês de vida. Após um dia inteiro de trabalho em uma barraca de praia, o jovem chegou em casa por volta das 23h e ouviu da esposa a dificuldade da criança em dormir por conta do volume do som da uma festa – feita por não indígenas – que acontecia dentro do território.

A primeira ação de Vitor foi reclamar em um grupo de WhatsApp formado por outros indígenas e lideranças. Em seguida, dado o nível do incômodo, o jovem decidiu ir até o local, onde fora recebido com hostilidade e atingido pelas costas após um convidado do evento disparar contra ele. O desfecho trágico deixou a comunidade completamente abalada.

O relato foi feito ao CORREIO pela liderança indigna Thyara Pataxó, da Aldeia Novos Guerreiros, que fica dentro do território de Ponta Grande. A área está em processo de demarcação. De acordo com Thyara, eventos, inclusive com música, são recorrentes naquela área nos finais de semana e a orientação do cacique e lideranças é de sempre acionar a Polícia Militar.

“O Vitor fez queixas nos grupos da comunidade. Aqui é todo final de semana a mesma coisa. E toda vez é liga para a polícia, só que até a polícia já está cansada de tanto ouvir reclamação da gente, eles nem atendem mais. A gente cansa de ligar e não é atendido. Algumas vezes vem e outras não. Ontem foi diferente, Vitor estava muito incomodado”, conta.



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