Há três anos e meio, um areal localizado na Rua Dr. Augusto Lopes Pontes, no bairro do Costa Azul, em Salvador, é palco de cultos evangélicos descritos por moradores como, no mínimo, “estranhos”. O mais recente foi realizado na madrugada desta sexta-feira (17), mas eles não têm hora para acontecer nem tempo certo para terminar. Costumam incomodar a vizinhança e quase sempre concentram o público feminino.
Por vezes, os grupos, com número variado de pessoas, chegam a campar no local, diz a advogada Mariana Cunha, 36 anos, que se muda em três dias porque “não aguenta mais” o barulho causado pelas celebrações.
Moradora do terceiro andar de um prédio frontal ao areal, Mariana afirma que os religiosos chegam em ônibus de turismo e, para o culto, utilizam carros de som que abusam do volume.
“Não consigo trabalhar. Não precisava me mudar agora, mas até gastei mais dinheiro para antecipar porque é uma coisa louca, absurda”, completa ela, que já procurou até a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, mas ninguém apareceu. “Até fogueira eles já acenderam”, lembra.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Urbano (Sedur) informou que vai monitorar a região e que a denúncia de poluição sonora será avaliada com base na Lei 5.354/98, que estabelece licenças de utilização sonora em vias urbanas, entre 22h e 7h, dede que não ultrapasse os níveis máximos de 60 dB (sessenta decibéis), e 70 dB (setenta decibéis), entre 7h e 22h.
Mariana conta que ela e outros vizinhos chegaram a solicitar dos religiosos a diminuição do som, mas nada mudou. Para ela, os apartamentos recebem o forte impacto sonoro porque o prédio é de baixa estrutura. A advogada não identificou a qual orientação evangélica pertencem os grupos, mas descreve que o comportamento chama atenção. Como exemplo, ela cita o dia em que presenciou alguns deles recolherem saco plásticos cheios de “areia sagrada”.
*Informações Metro1