Ataque hacker atrasa testes clínicos de tratamentos e vacinas para a Covid-19

Um ataque hacker contra a eResearchTechnology provocou atrasos em testes clínicos de medicamentos, incluindo tratamentos e vacinas para a Covid-19, informou o New York Times.

A empresa, com sede na Filadélfia, fornece softwares usados por farmacêuticas na elaboração dos testes clínicos. Há duas semanas, ela foi vítima de um ataque ransomware, malware que usa criptografia para “sequestrar” sistemas, que só são liberados após pagamento de resgate.

A eResearch Technology não informou quantos testes clínicos foram afetados, mas seu software é usado por farmacêuticas na Europa, na Ásia e na América do Norte. Em seu site, a empresa informa que seus produtos foram usados em três quartos dos medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration no ano passado.

O vice-presidente de Marketing da empresa, Drew Bustos, confirmou que os sistemas da companhia foram bloqueados no dia 20 de setembro. Como precaução, os sistemas foram desligados e o FBI foi notificado.

“Ninguém se sente bem com uma experiência como essa, mas ela foi contida”, afirmou Bustos, acrescentando que os sistemas começaram a ser religados na última sexta-feira.

Entre os clientes afetados pelo ataque estão a IQVIA, que participa dos testes clínicos da AstraZeneca por uma vacina para a Covid-19, e a Bristol Myers Squibb, que lidera um consórcio que desenvolve um teste rápido para a detecção do coronavírus.

Em comunicado, a IQVIA informou ter sido capaz de conter o problema por manter o backup de seus dados. A Bristol Myers Squibb também afirmou que o impacto do ataque hacker foi limitado, mas ambas não informaram quais foram os transtornos sofridos.

“Não temos conhecimento de nenhum dado confidencial ou de informações de pacientes, relacionados às nossas atividades de testes clínicos, que foram removidos, comprometidos ou roubados”, afirmou a IQVIA.

Entre outros serviços, a eResearch Technology oferece uma plataforma on-line para que voluntários respondam aos questionários de acompanhamento dos testes clínicos usando seus smartphones. Sem esse sistema, as respostas precisam ser coletadas de outra forma e, posteriormente, inseridas na plataforma.

Uma porta-voz da Pfizer, que também trabalha numa vacina contra a Covid-19, afirmou que os testes clínicos para o medicamento não foram afetados porque os softwares da eResearch Technology não estão sendo utilizados.

Fonte: O Globo



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