Mortes de pessoas entre 40 a 49 explodem e número chega ser cinco vezes maior do que no começo do ano, diz Fiocruz

Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado nesta sexta-feira, alerta para rejuvenescimento da pandemia no Brasil. O número de casos afetando faixas etárias mais jovens disparou 565,08%, 626% e 525,93% nas faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos, respectivamente.

“Ao analisar essas faixas etárias, da Semana Epidemiológica 1 de 2021 até a 10 (7 a 13/3), os pesquisadores observaram o aumento de casos que sugere um deslocamento da pandemia para os mais jovens”, diz o boletim.

Já o número de mortes subiu 352,62%, 419,23% (o que corresponde a um crescimento de mais de cinco vezes o valor original) e 317,08%, respectivamente, para as faixas etárias analisadas. No entanto, o deslocamento é menos evidente.

“É importante observar que a maior incidência nas idades mais jovens e manutenção da mortalidade concentrada em idosos contribui para o cenário crítico da ocupação dos leitos hospitalares. Por se tratar de população com menos comorbidades – e, portanto, com evolução mais lenta dos casos graves e fatais, frequentemente há um maior tempo de permanência na internação em terapia intensiva”, diz o boletim.

Ainda segundo o texto, a média da idade de pacientes internados vem diminuindo progressivamente. “A média da idade dos casos na semana 1 de 2021 foi de 62 anos e de óbitos foi de 71 anos. Os dados mostram que na semana epidemiológica 10, os valores foram 58 anos para casos novos e 66 anos para óbitos”, diz o texto.

Esta tendência também vem sendo observada em outros países, segundo o estudo, sempre que comparados os dados de primeira e segunda onda da pandemia.

“Embora os dados consolidados recentes ainda sejam incipientes, o comportamento dos indicadores de casos e óbitos das próximas semanas poderá verificar se o rejuvenescimento da pandemia no Brasil será uma mudança sustentada no tempo”, afirma o estudo.

Diante do cenário, o grupo propõe dois grupos de medidas. De um lado, as mais urgentes, envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas de bloqueio ou lockdown, acompanhadas de respostas na ampliação da oferta de leitos, bem como prevenção do desabastecimento de medicamentos e insumos.

No segundo grupo, as medidas de mitigação, com o objetivo reduzir a velocidade da propagação. Estas medidas deverão ser combinadas em diferentes momentos e a depender da evolução da pandemia no país até que se tenha 70% da população vacinada.

Entre elas, estão ampliar a disponibilidade e o uso de máscaras, tendo como meta que pelo menos 80% ou mais da população utilizando de modo adequado, e combinar legislações e decretos com campanhas que ampliem e fortaleçam as medidas de distanciamento físico e social.

“O ritmo lento em que se encontra a vacinação contribuí para prolongar a duração da pandemia e da adoção intermitente de medidas de contenção e mitigação”, ressaltam os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo boletim.

*Yahoo



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