Sistema de saúde não colapsou nem vai colapsar, diz Pazuello ao ignorar superlotação nas UTIs

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, gravou um vídeo nesta quarta-feira (10) em que afirma que o sistema de saúde está “muito impactado, mas não colapsou nem vai colapsar”. A declaração foi dada em um momento em que várias capitais e estados registram superlotação leitos de UTI para Covid e que o país atinge a marca inédita de 2.349 mortes em 24h.

“Vivemos um momento grave no país, com muitas perdas de vidas que foram causadas principalmente pelas novas variantes do coronavírus. Nosso sistema está muito impactado, mas não colapsou nem vai colapsar”, afirma o ministro, numa fala que também vai na contramão de anúncios feitos por secretários da Saúde de diferentes pontos do país nos últimos dias, os quais tem apontado índices próximos de ocupação máxima dos leitos disponíveis para a doença, naquele que já é o pior momento da epidemia até agora.

Levantamento divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quarta mostra que apenas duas capitais têm hoje ocupação de leitos abaixo de 80% –enquanto 16 já se aproximam ou estão em cenário que indicaria um colapso, com entre 90% e 100% das vagas em uso.

No vídeo, Pazuello admite que o país vive um “momento grave”, mas volta a citar as variantes do novo coronavírus como a principal causa do problema –deixando de apontar outros fatores citados por especialistas, como a queda na adesão ao isolamento.

Em outro momento, o ministro passa a fazer um apelo à população.

“Peço a cada brasileiro que cuide um do outro e siga as orientações básicas recomendadas e exigidas para proteção coletiva e nos ajude a cuidar do Brasil. É um momento que requer união nacional para que juntos possamos superá-lo.

Pazuello ainda fez afirmações contraditórias sobre o volume de vacinas previstas para o mês de março. Mais cedo, ele disse em evento no Planalto ter garantidas de “22 a 25 milhões” de doses de vacinas para este mês.

Já na gravação, ele diz que a previsão é que a pasta alcance 46 milhões de doses distribuídas até o fim de março –o que indicaria 26 milhões de doses além dos 20 milhões já entregues.

*Bahia,Ba



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